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Governo italiano aprova pacote apesar da ampla oposição popular

Em uma reunião convocada às pressas para a tarde desta terça-feira (6) em Roma, o Conselho de Ministros adotou o novo plano de "austeridade", um pacote de maldades que fará os trabalhadores e o povo do país pagar pela crise.

Sindicalistas marcham em Roma contra pacote italiano

"O Conselho de Ministros foi convocado pelo Palácio Chigi (sede da presidência do Conselho) para as 18h, para autorizar o voto de confiança sobre o plano de austeridade que está a ser avaliado pelos senadores desde o início da tarde", indicou a presidência do Conselho.

A adoção do pacote de maldades estava prevista para fins deste mês. Ao mesmo tempo que o parlamento se ocupava da seção, uma greve geral em protesto contra o pacote paralisava a Itália.

O protesto, convocado pela Confederação Geral do Trabalho (CGIL), interrompeu o transporte por ar, mar e terra e deteve o setor fabril, além de reduzir ao mínimo os serviços públicos.

Segundo os organizadores, milhares de pessoas percorreram as ruas centrais em uma centena de cidades italianas como parte da manifestação, apoiada por agrupamentos de oposição, entre elas o Partido Democrata e Itália dos Valores, cujos líderes fizeram parte das marchas.

Ao intervir em um grandioso ato nesta capital, a secretária-geral da CGIL, Susanna Camusso, declarou que o país "está à beira do precipício". "Há que se dar um passo atrás", agregou.

Susanna assinalou que a atual proposta do Executivo de reduzir em mais de 45 bilhões de euros os gastos e investimentos públicos deve ser anulada e substituída por medidas mais justas.

A privatização de estatais faz parte de um conjunto de novas medidas contidas no citado projeto, dirigido a conseguir o "equilíbrio" econômico em 2013.

Entre outras reformas, o gabinete também propôs congelar salários dos empregados públicos, cortar e aumentar as taxas sobre os fundos das entidades estatais e impor o pagamento de uma taxa sobre os depósitos bancários de até 1.100 euros para contas superiores a 500 mil euros.

Em caso de ser aprovado no Parlamento o novo plano de ajuste, seria um acréscimo ao já ratificado em julho, que restringe os gastos a cerca de 80 bilhões de euros.

A dívida italiana, que chega a 120% do Produto Interno Bruto, manteve os mercados em pânico, diante de um possível resgate externo, tal como ocorreu com a Grécia, Irlanda e Portugal.

Com agências