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Medidas adicionais na Grécia aumentam rejeição popular

Os protestos em rejeição à política de austeridade do governo grego estenderam-se nesta segunda-feira (12) à administração de impostos e alfândegas, com a paralisação da arrecadação para tampar o buraco fiscal acumulado nos durante anos.

Empregados do sistema tributário realizaram uma operação para não coletar o novo imposto de emergência dos proprietários de imobiliárias, anunciado este fim de semana pelo ministro de Finanças, Evangelos Venizelos, como parte do plano de arrecadações no qual resta de 2011.

Ao protesto incorporaram-se também trabalhadores da companhia de eletricidade Union, que recusam o novo tributo e se negam a que a empresa seja um mecanismo de arrecadação para o fisco, disseram fontes sindicais.

As autoridades gregas foram colocadas contra a parede desde que a troika – União Européia, FMI e Banco Central Europeu – antecipou um eventual não cumprimento da Grécia das metas fiscais que foram acordadas com a condição de aumento de crédito.

Só por arrecadação e os cortes no setor público, mais as privatizações, o executivo do premiê, George Papandreu, pretende arrecadar neste ano cerca de 5 bilhões de euros adicionais.

Os sindicalistas qualificaram de inaceitável que se pretenda cobrir o déficit de tal maneira, para pagar as ineficiencias da administração tributária.

A Confederação Geral de Trabalhadores da Grécia (GSEE) também reiterou seu total desacordo com o pacote de medidas, e em particular, criticou o encargo especial de bens imóveis, incluídos os pequenos proprietários.

Segundo a GSEE, o programa em si provocará grandes conflitos sociais pela diminuição dos rendimentos familiares, o incremento do desemprego e o agravamiento da recessão econômica.

O governo deve ter em conta de que a pressão sobre a qualidade de vida dos assalariados, os aposentados, "os que não têm e os que têm um pouco", é desastrosa para a sociedade e a economia, destaca a confederação em um comunicado.

A maré de descontentamento social tem-se expandido a todos os segmentos trabalhistas da Grécia, a tal ponto que até os proprietários de táxi estão irritados com as reformas implementadas pelo Governo para liberar a profissão.

Os taxistas declararam-se nesta segunda-feira novamente em greve, o que trouxe dificuldades no transporte em zonas turísticas.

Para 22 de setembro prevê-se uma mobilização dos docentes gregos em defesa da educação pública gratuita e em apoio ao movimento estudantil contrário à reforma universitária que entrou em vigor em setembro com o novo ano acadêmico.

O premiê Papandreu insistiu no sábado na necessidade "dos sacrifícios" para salvar a Grécia da bancarrota e sua permanência na zona do euro, no meio das dúvidas na Europa sobre os efeitos das políticas de austeridade.

Sua presença em Salónica, a segunda cidade mais importante do país, originou uma gigantesca manifestação. Porém, o chefe do governo assegurou que continuará até o final com o impopular plano de cortes, ainda que signifique mais decisões difíceis.

Fonte: Prensa Latina