Quem produz os conteúdos dos portais IG e Terra?

Os portais IG e Terra afirmam ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo que não têm jornalistas em seus quadros funcionais. Na sexta-feira, dia 9 de setembro, diretores do Sindicato visitaram a sede do Portal Terra para conversar com os jornalistas e receberam a informação de não poderiam entrar pois não existem jornalistas trabalhando no local. O IG, por e-mail de sua gerência Corporativa de RH, afirmou que "em nossa empresa não possuímos jornalistas e tampouco redação".

A visita ao Terra, em 09/09, foi agendada e autorizada pelo departamento de Recursos Humanos. Mas, ao chegar ao local, os diretores não puderam se reunir com a redação sob alegação de que no Portal não existem jornalistas. A conversa foi programada porque, é de conhecimento público, que o Portal Terra, assim como o IG e a UOL, tem conteúdo desenvolvido por jornalistas, apesar de negado pela empresa. Na segunda-feira, dia 12/09, o Sindicato voltou a entrar em contato com a empresa e insistiu para a realização de reunião com os trabalhadores do Portal.

Este tipo de justificativa acontece por que os jornalistas de portais foram indevidamente incluídos no Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas e Cursos de Informática (Sindiesp), que nada tem a ver com a categoria. Por isso, na pauta de reivindicações aprovada em assembleia pela categoria em 2011 foi incluída a negociação com o Sindicato da Empresas de Internet no Estado de São Paulo (Seinesp).

Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo, José Augusto Camargo (Guto), estes profissionais que cumprem funções jornalísticas estão filiados a um sindicato que não é o seu, e com isso eles acabam sofrendo perdas, por que realizam jornadas maiores do que a Convenção Coletiva da categoria prevê, têm salários menores e direitos diferentes do dos jornalistas. “Recebemos várias reclamações de jornalistas que prestam serviço para grandes portais como Terra, UOL, IG, entre outros e esperamos que esta situação seja resolvida”, afirma Guto.

No primeiro semestre, na tentativa de resolver este impasse, o Sindicato enviou ofício ao Sindicato da Empresas de Internet no Estado de São Paulo (Seinesp) solicitando que os jornalistas sejam vinculados à base da categoria e não ao Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas e Cursos de Informática (Sindiesp) como ocorre atualmente.

A Convenção Coletiva de Trabalho 2011-12 (CCT), firmada recentemente entre Seinesp e Sindiesp, prevê a jornada de trabalho de 44 horas semanais para empresas de provedores de acesso à Internet, o que incluiria quem atua em portais, inclusive jornalistas, além do estabelecimento uma contribuição assistencial de R$ 50 mensais. Os jornalistas trabalham 30 horas semanais ou 42, quando possuem as duas horas extras contratuais.

Com informações do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo