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Dirigente sindical denuncia deportações em massa nos EUA

A maioria dos imigrantes nos Estados Unidos são hoje deportados em massa, denunciou nesta quinta-feira (15) Cristina Vázquez, dirigente sindical do estado da Califórnia.

Cristina, vice-presidente do sindicato Workers United (Trabalhadores Unidos), disse à agência de notícias Prensa Latina que existem mais deportações na administração Obama que durante os oito anos da administração Bush.

Segundo estatísticas oficiais, as deportações rondam quase 1 milhão de imigrantes por ano, atualmente. Além disso, nos últimos 12 meses aumentaram as inspeções nas empresas que empregam a cidadãos sem documentos.

Os serviços de imigração e alfândegas do governo federal inspecionaram mais de 2.300 empresas no ano fiscal que começou em outubro de 2010, de acordo com o The Wall Street Journal. No ano anterior foram 2.196.

Cristina aponta que as mudanças da imigração ocorridas na história estadunidense têm acontecido pelas necessidades de trabalho no país.

"Os imigrantes sempre são bem-vindos quando as corporações precisam de sua mão de obra barata e são deportados e perseguidos quando há crises como a que existe agora", criticou a equatoriana, residente nos Estados Unidos desde 1971.

Cristina disse que os cidadãos que chegaram de outros lugares ao país não foram os causadores complexa situação econômica que padecem no plano interno.

Mas "querem-nos fazer responsáveis e são as grandes corporações as que continuam aproveitando da situação para aumentar seus ganhos", enfatizou.

Nos Estados Unidos há mais de 11 milhões de pessoas que residem sem um estatus regular de migração. O presidente Barack Obama lançou como promessa de campanha resolver este problema durante seu primeiro ano de governo.

No entanto, "acho que se ficarmos esperando nunca vamos chegar a uma reforma migratoria", indicou a dirigente sindical.

Ela agregou também que a classe operária tem a responsabilidade de se organizar "para poder conseguir as mudanças por meio de nosso poder político".

Cristina é uma das estrangeiras latinas que têm conseguido escalar uma alta posição dentro do movimento trabalhista, algo bastante difícil em um mundo onde a maioria dos postos são de homens, enfatizou.

Em 1982, visitou pela primeira vez Cuba, repetindo muitas vezes a viagem porque tanto ela como sua família estão comprometidos com a luta do povo antilhano.

A sindicalista é uma das defensoras nos Estados Unidos da causa de cinco antiterroristas cubanos prisioneiros em cárceres estadunidenses desde 12 de setembro de 1998.

Ela qualificou como desumano e inadmissível que "os filhos não possam viver com seus pais e que uma mãe não possa ver a seu filho", ao opinar sobre a injusta prisão contra Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Antonio Guerrero, Fernando González e René González.

Com informações da Prensa Latina