Dólar sobe 3,28% na semana e vale R$ 1,733
A queda de preço observada ontem foi apenas um suspiro no câmbio local. Hoje o dólar voltou a subir com força, fechando em cotação não vista desde o fim de novembro do ano passado. Levando em consideração uma cesta com 16 moedas, o real é a que mais perde para o dólar nesta sexta-feira, 16.
Publicado 16/09/2011 17:55
No fim do dia, o dólar comercial apontava alta de 1,40%, a R$ 1,733 na venda. Na semana, o preço da moeda subiu 3,28%, maior ganho semanal desde a primeira semana de maio de 2010 e já acumula valorização de 8,80% no mês. No ano, o preço sobe 4%.
A moeda tinha feito máxima a R$ 1,731 no começo do dia, com os agentes adotando postura cautelosa com a nova versão do decreto que instituiu a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 1% sobre as variações de posição vendida no mercado de derivativos.
Passado o susto, e percebido que de fato nada muda quanto à incidência do tributo, os preços recuaram, e o dólar fez mínima a R$ 1,708.
No decorrer da tarde, as compras voltaram a aumentar e o preço fez nova máxima a R$ 1,739. Os investidores observaram uma forte puxada de preço liderada por corretoras que tradicionalmente operam para investidores estrangeiros.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar pronto subiu 0,84%, para R$ 1,7255. O volume negociado no dia somou US$ 96 milhões, contra US$ 62,25 milhões no pregão anterior.
Também na BM&F, o dólar para outubro operava com alta de 1,42%, a R$ 1,7385 antes do ajuste final. O contrato fez máxima a R$ 1,7455. Pela análise gráfica, acima de R$ 1,750 a moeda buscaria rapidamente o R$ 1,80.
O movimento de alta do dólar observado por aqui foi mais acentuado do que o registrado lá fora. O Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, subia 0,42%, a 76,59 pontos, enquanto o euro caía 0,65%, a US$ 1,378.
Entre as moedas emergentes, o rand sul-africano e o peso mexicano também perdem para o dólar, mas o dólar australiano e dólar canadense ganham da moeda americana.
Segundo um operador, essa alta na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) com dólar também em firme alta mostra que o desconforto do investidor é com a moeda brasileira e não com o investimento no Brasil. Vale lembrar que esse dólar mais forte deixa as ações na bolsa relativamente mais “baratas” para o estrangeiro.
IOF em derivativos
Segundo o Nomura Securities, o decreto de hoje apenas detalhou o anuncio de julho, quando foi determinada que das variações líquidas de posição vendida passariam a recolher 1% de IOF.
Ficou esclarecido que só paga imposto os aumentos diários de exposição. Não há imposto sobre estoques. Também foram abordadas as dúvidas envolvendo o uso de opções de dólar.
O banco ressalta que as medidas ainda ficam abertas a novas interpretações e esse espaço fica aberto até que o governo apresente de forma mais detalhada uma fórmula de cálculo de exposição e o procedimento oficial sobre a coleta do imposto.
Uma mudança de fato que o decreto trouxe é que o início da arrecadação, que começaria em 5 de outubro, passou para 14 de dezembro. Vale lembrar que as medidas estão em vigor desde 27 de julho.
Outro ponto esclarecido é que o recolhimento não fica a cargo das bolsas. Os próprios titulares dos contratos são os responsáveis pela apuração e pagamento, segundo o Ministério da Fazenda.
Fonte: Valor