Ato cobra posicionamento do prefeito sobre o Elevador Lacerda

Integrantes de diversos segmentos do movimento social se juntaram à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e ao PCdoB em uma manifestação na Praça Municipal, na tarde desta quarta-feira (21/9), para cobrar do prefeito João Henrique (PP) que assuma publicamente o compromisso de não privatizar o Elevador Lacerda, os planos inclinados e a Estação da Lapa. Até o momento, apenas o secretário de Transportes de Salvador, José Mattos, disse que os equipamentos não serão privatizados.

O protesto foi agendado no final da semana passada, quando a prefeitura de Salvador anunciou sua intenção de privatizar o Elevador Lacerda e os planos inclinados Liberdade/Calçada, Pilar e Gonçalves, que têm valor histórico e são os principais meios de ligação entre a cidade alta e baixa. Depois de muita pressão de diversos segmentos da sociedade, o secretário Transportes, José Mattos, informou que a prefeitura havia voltado atrás e que não privatizaria mais os equipamentos.

Mesmo após o anúncio, o protesto foi mantido, com o objetivo de cobrar que o prefeito faça um pronunciamento público se comprometendo com a não privatização. “Vale a pena manter a mobilização, pois nós temos um prefeito que diz uma coisa em um momento e outra em outro momento. Tem sido assim em sua trajetória desde que assumiu a prefeitura de Salvador. Não é uma pessoa confiável. Então, se foi um secretário que disse que não privatizaria o Elevador Lacerda, seria bom, para a gente ficar tranquilo, para a população da cidade não ser prejudicada, para o que o patrimônio público não fosse entregue à iniciativa privada, que João Henrique mesmo fizesse uma declaração pública”, avaliou o presidente do PCdoB em Salvador Geraldo Galindo.

O argumento de Galindo é reforçado pelo presidente da CTB Bahia, Adilson Araújo. “Na nossa avaliação o prefeito não merece confiança. Nós pudemos presenciar isso no debate do Plano diretor de desenvolvimento urbano (PDDU), quando diferente das promessas do prefeito de dialogar com a sociedade as eventuais mudanças, nós fomos pegos de surpresa com as manobras a toque de caixa e a aprovação do PDDU de forma nociva, que veio prejudicar o conjunto da sociedade. Desta forma, embora o prefeito tenha recuado em sua decisão primeira de privatizar o patrimônio da cidade de Salvador, nós mantivemos a manifestação no sentido de exatamente estabelecer um dialoga a cerca de um projeto de cidade”, disse Araújo.

“A nós interessa e a toda cidade de Salvador uma cidade mais humana, uma cidade voltada ao desenvolvimento, sobretudo, numa perspectiva de melhorar cada vez mais a prestação de serviços. E o prefeito contraditoriamente vem tomando uma série de medidas que não correspondem ao desenvolvimento de uma cidade mais humana, mais próxima dos anseios e expectativas da população. Um exemplo é o caso do metrô, que se transformou em uma novela e depois de muitas promessas de que iria se transformar em realidade até hoje não se concretizou, confirmando que aquilo que o prefeito diz não se materializa. Então, esta intenção de lotear a cidade merece o nosso repúdio”, acrescenta o presidente da CTB Bahia.

A manifestação contou com participação de jovens, estudantes, trabalhadores de diversas categorias, além de representantes do movimento de luta pela moradia, da luta contra o racismo, dos servidores municipais, dentre outros. “Os assessores de João Henrique fizeram um contato com a coordenação do ato, dizendo que o prefeito poderia nos atender e depois mandaram dizer que seria um subsecretário a nos receber. Sendo assim, a gente preferiu não participar da conversa com o terceiro escalão de João Henrique”, informou Geraldo Galindo.

Depois do ato político na Praça Municipal, os manifestantes ocuparam a galeria da Câmara Municipal, onde pediram que os vereadores não embarcassem na ideia absurda do prefeito de privatizar o patrimônio histórico de Salvador.

De Salvador,
Eliane Costa