Carrion participa de debate sobre lanceiros negros no Senado

O líder do PCdoB na Assembleia do RS, deputado Raul Carrion, participou, nesta terça-feira (20), de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado sobre a Guerra dos Farrapos.

debatesenado - andré oliveira

Historiador e estudioso do tema, Carrion afirmou sobre o período que se convencionou chamar de Revolução Farroupilha: "Foi um movimento separatista circunstancialmente apenas, mas os líderes farroupilhas chamaram as outras províncias para se libertarem do Império. A intenção era criar novas federações para que se unissem num grande estado confederado", explicou.

Negros

Carrion resaltou a importância da participação dos negros no movimento articulado contra o Império, no século 19. O parlamentar fez questão de lembrar que os negros estiveram presentes desde o primeiro momento da revolução e chegaram a compor mais de 50% do exército riograndense. " É preciso dar visibilidade a esses personagens da história, não só na Farroupilha, mas em outros movimentos históricos ocorridos no Brasil", afirmou Carrion.

Para o parlamentar comunista, sem a participação dos negros, não só na resistência armada, mas em outras atividades, a República Riograndense não teria resistido tanto tempo.

O secretário de Representação do Governo do Rio Grande do Sul, Ronaldo Teixeira da Costa, também destacou a participação dos lanceiros negros no episódio. "A força dos negros no movimento sulista alimentou a busca pela liberdade de escravos de outras regiões, o que foi uma importante contribuição da Revolução Farroupilha", resumiu.

Os lanceiros eram uma espécie de tropa de choque do exército farroupilha, que lutavam de lança em punho pela causa republicana e pela própria libertação. Eles acabaram tendo um fim trágico, sendo massacrados no combate conhecido como Massacre dos Porongos.

Importância histórica

A realização da audiência pública foi iniciativa do senador Paulo Paim (PT-RS), que considerou a Revolução Farroupilha o momento histórico mais importante do Rio Grande do Sul. "Representou o desejo de um ideal republicano contra o poder centralizador e escravista do Império. A luta foi conta o Império e não contra o Brasil", disse. As senadoras Ana Amélia (PP-RS) e Marinor Brito (PSOL-PA) também participaram da reunião.

Os convidados ainda assistiram à apresentação do Grupo de Dança do CTG Estância Gaúcha do Planalto e também a um trecho do filme Netto perde a sua alma, que mostra a trajetória do oficial Netto, que lutou pelo exército farroupilha.

Com informações,
Agência Senado