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Mantega cobra ação rápida da União Europeia contra a crise

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta sexta (23) que os líderes da União Europeia precisam aprovar rapidamente as propostas para resolver a crise de dívida na região, antes que a situação se agrave e contagie o resto do mundo.

"Nós estamos em uma corrida contra o tempo", disse Mantega, em Washington, durante evento promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.

"Quanto mais passa o tempo, maior será o custo do programa de ajuda e a possibilidade de que ele não funcione", afirmou, ao lembrar que a previsão é de que os 17 países do bloco europeu aprovem um plano de apoio em três semanas.

"Espero que a União Europeia não espere que quebrem os primeiros países [antes de agir]", disse.

O ministro afirmou que é preciso repetir a receita de 2008, quando os países do G20 (grupo das maiores economias avançadas e emergentes, do qual o Brasil faz parte) se uniram e tomaram medidas "corajosas" e rápidas para combater a crise.

Segundo Mantega, há o risco de que a crise de dívida soberana em países europeus, como a Grécia, resulte em uma nova crise financeira, afetando os bancos europeus.

"É uma crise que se irradiará pelo mundo, não ficará circunscrita à União Europeia", disse Mantega, que participa na capital americana do encontro de ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 e da reunião anual do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial.

Brasil

Apesar da situação mais fortalecida da economia brasileira, porém, o ministro admitiu que as previsões de crescimento para este ano podem ser revisadas para baixo, a exemplo do que já foi feito pelo FMI, que nesta semana baixou de 4,1% para 3,8% suas projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2011, em meio à maior incerteza sobre a recuperação global.

"Continuamos perseguindo os 4% para este ano", disse Mantega. "Mas vivemos um momento de incerteza. As coisas podem mudar. Se houver um agravamento do quadro internacional, nós vamos ter que rever as nossas previsões."

O ministro disse ainda que a diferença entre 3,8% (expectativa do FMI) e 4% "é uma minúcia", e observou que as projeções do governo, que a cada dois meses faz uma revisão, só são mudadas quando há certeza de que o crescimento previsto não será mesmo atingido.

Mantega disse ainda que, com o agravamento da crise, o Brasil tem procurado fortalecer sua situação fiscal. Ele citou a recente decisão de aumentar em R$ 10 bilhões a meta de superavit primário, que chegará a 3,3% do PIB neste ano.

"A política de consolidação fiscal veio para ficar", ressaltou Mantega, ao citar questionamentos da imprensa sobre a seriedade dos esforços de aperto fiscal do governo.

Fonte: BBC Brasil