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UE condena execução nos EUA e pede fim da pena de morte

A União Europeia lamentou a execução do norte-americano Troy Davis na quarta-feira (21) nos Estados Unidos e pediu que a comunidade internacional aprove uma moratória global à pena de morte como primeiro passo para sua abolição total.

Davis, 42 anos, foi condenado à morte, em 1991, pelo assassinato de um policial dois anos antes. Sua defesa, contudo, afirma que trata-se de mais um negro condenado injustamente pela morte de um branco.

O caso reabriu o debate sobre a pena de morte nos Estados Unidos. Muitos pediram pela comutação da pena máxima contra Davis, desde o papa Bento XVI ao ex-presidente norte-americano Jimmy Carter, assim como 1 milhão de pessoas no mundo todo em uma campanha de assinaturas.

Sete das nove testemunhas que falaram contra Davis no julgamento se retrataram posteriormente, segundo sua defesa. No entanto, os promotores se basearam em um relatório de balística para afirmar que Davis realmente assassinou o policial. 

Maja Kocijancic, porta-voz comunitária das Relações Exteriores, lembrou em entrevista coletiva que a UE pediu às autoridades americanas que a pena de Davis fosse amenizada de maneira "urgente".

Troy Davis foi executado com uma injeção letal no estado da Geórgia, apesar das dúvidas existentes sobre sua culpa e dos inúmeros protestos das autoridades e personalidades de vários países, assim como de mais de um milhão de pessoas.

Kocijancic disse que existiam "sérias dúvidas" sobre o envolvimento direto de Davis no assassinato pelo qual foi condenado. Segundo a porta-voz, a pena de morte é uma punição de alto risco, já que é "irreversível" e nenhum sistema judiciário está completamente isento de cometer erros.

Por isso reafirmou a postura da UE, que reivindicou repetidamente a aprovação nas Nações Unidas de uma moratória internacional como primeiro gesto para a abolição da pena de morte em todos os países, um feito que, segundo ela, permitiria melhorar a situação dos direitos humanos no mundo.

De fato, a UE proíbe a aplicação da pena de morte por seus Estados-membros. Segundos dados da Anistia Internacional restam no mundo 58 países que mantém a perna de morte em sua legislação.

Com Efe