Bancários da Bahia aderem em peso à greve nacional

Os bancários da Bahia aderiram em peso à greve nacional da categoria que começou nesta terça-feira (27/9). Segundo o Sindicato dos Bancários, o movimento atinge agências da capital e do interior do estado, com adesão maior em Salvador, onde funcionários de bancos públicos e privados montaram piquetes e explicaram aos clientes os motivos da paralisação. Na maioria dos estabelecimentos o auto-atendimento funcionou normalmente, reforçando o interesse da categoria em não prejudicar a população.

Em Salvador, o balanço parcial do Sindicato apontou o fechamento de 111 agências. Do Banco do Brasil foram 48, Caixa 28, Santander 8, Itaú 7, Bradesco 6, BNB 6, HSBC 2, Citibank 2, Safra 1, Mercantil do Brasil 1, além do Desenbahia. No interior, até o final do dia foi contabilizado o fechamento do BB de Jiquiriçá, Mutuípe, Laje, Ubaíra, Amargosa, Euclides da Cunha e Ipirá. Já os funcionários da Caixa paralisaram em Euclides da Cunha e Ipirá. A tendência é de que o movimento cresça ainda mais nesta quarta-feira, com o fechamento de mais unidades em Salvador e no interior do estado.

“Tivemos hoje um dos maiores inícios de greve dos últimos anos, com uma grande adesão dos empregados e muitas unidades paralisadas em todo o país. O nosso balanço é de que foi um dia muito proveitoso e que a partir de amanhã mais agências devem entrar na mobilização. A tendência é de que a agente vá em uma crescente, como acontece todos os anos. Até mesmo porque acontecem muitas ameaças por parte dos banqueiros, de demissão e assédio moral a quem faz greve. Por conta disso, a gente tem muita dificuldade, sobretudo, nos bancos privados, por isso depende muito do piquete, da presença do Sindicato na porta das agências para pelo menos criar o pretexto para o colega não entrar. Amanhã, nós estaremos intensificando a presença nas agências e intensificando a nossa mobilização”, informou o vice-presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos.

Proposta insuficiente

Os banqueiros oferecem 8% de reajuste salarial, ou seja, 0,56% de aumento real. A categoria reivindica 12,8% de reajuste salarial (sendo 5% de aumento real). O Comando Nacional dos Bancários considera a proposta baixa, principalmente se comparada aos altos índices de lucratividade. No primeiro semestre, as empresas alcançaram um lucro de R$ 27,4 bilhões.

Vale lembrar que o Brasil é o país que possui a maior taxa de juros do mundo. A Fenaban não deixou outra saída para os bancários, pois a oferta também não contempla avanços em relação às reivindicações de emprego e melhoria das condições de trabalho.

“Nós entramos na greve para sairmos vitoriosos. Parece que a Fenaban entrou na greve para medir forças em uma quebra de braço com os trabalhadores. Ofereceu apenas 8% de reajuste, enquanto os bancários querem 12,8% e não marcou nenhuma nova rodada de negociação. Nós estamos lidando com o setor mais ganancioso da economia. Mesmo obtendo a maior lucratividade entre todos os setores, os banqueiros não quiseram atender ás nossas reivindicações, o que é inadmissível”, acrescentou Augusto Vasconcelos.

De Salvador,
Eliane Costa com informações da Ascom do Sindicato dos Bancários da Bahia.