Lei do Alabama amplia tensão sobre imigração nos EUA
A entrada em vigor de uma lei anti-imigração no Alabama está tensionando o ambiente entre partidários e detratores de uma reforma migratória nos Estados Unidos, considerada prioritária pela Casa Branca.
Publicado 30/09/2011 12:35
Ontem, as autoridades policiais começaram a aplicar o regulamento que, segundo sentença da juíza de distrito Sharon Blackburn, tem algumas partes que entram em conflito com leis federais, ainda que outras não o façam.
Grupos defensores dos direitos dos imigrantes ilegais opinam que a legislação é a mais rigorosa do país, mais ainda que aquelas aprovadas no Arizona, Utah, Indiana e Georgia, criticadas por sua falta de humanidade com os imigrantes.
A partir de agora, as autoridades podem interrogar suspeitos de permanência no país sem permissão e mantê-los detidos sem direito a fiança, bem como revisar o status dos estudantes em escolas públicas, segundo propôs o republicano Robert Bentley, governador do estado.
Atualmente, há três demandas contra o regulamento, inclusive uma por parte do governo federal.
Ainda assim, ativistas pró-imigrantes propõem apelar da decisão de Blackburn, uma vez que a mesma, em sua opinião, viola a Constituição dos Estados Unidos.
A decisão da magistrada de permitir no Alabama a lei de "deter e perguntar", que autoriza a polícia a solicitar os documentos migratórios das pessoas, é questionada em vários estados.
Há várias semanas, o setor empresarial agrícola rechaçou a lei, que afeta sua necessidade de força de trabalho.
Doug Chapman, do Sistema de Extensão Cooperativa para a horticultura em dez condados do estado, confirmou que os agricultores não pagam salários abaixo do salário mínimo.
"O que os estadunidenses consideram um trabalho esgotador e sujo é, para muitos imigrantes, o passaporte para uma vida melhor que aquela que tinham em seus países", afirmou.
Na quarta-feira, o presidente Barack Obama culpou os republicanos de carecerem de liderança para enfrentar uma reforma integral das leis migratórias, e criticou seu rechaço a qualquer projeto de lei que regularize a chegada de estrangeiros e responda à existência de cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais no país.
Obama disse que o país não pode ter 50 leis de imigração, uma para cada estado.
O tema é assunto candente na campanha de democratas e republicanos para as eleições presidenciais de 2012, tendo grande influência na atração do voto hispânico.
Fonte: Prensa Latina