Conferência de Políticas Públicas para as Mulheres lota auditório

 Auditório da Academia Santa Gertrudes, no Sítio Histórico, fica lotado durante a abertura da IV Conferência Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres de Olinda na sexta-feira (30).

O evento teve como objetivo principal a construção do Plano Municipal de Políticas Públicas para as mulheres e contou com a participação de 250 delegadas representando as dez RPAs – Regiões Político-Administrativas do município. Na abertura do evento foi exibido o curta-metragem Vou contar para meus filhos, da cineasta Tuca Siqueira, que em depoimento emocionado homenageou sua mãe, Luci Siqueira, presa e torturada durante a ditadura militar.

Na Conferência foram eleitas as novas integrantes do Conselho Municipal da Mulher, formado por representantes dos movimentos sociais e do governo, e as delegadas para a etapa estadual, que acontecerá nos dias 24, 25 e 26 de outubro.

Opinião

Luciano Siqueira

“A denúncia contra a discriminação e a violência sexista; a avaliação das políticas públicas, etc.. Tudo isso é importante, mas é necessário que essa discussão não seja desprovida do debate sobre as causas, as raízes econômicas, ideológicas e políticas da desigualdade de gênero. Isso porque, se nós perdermos essa referência como marco em nossa luta pela igualdade de gênero, na busca da identidade ou cidadania feminina, nós não teremos energia, vontade, força e determinação para seguir sempre na luta quando as dificuldades se apresentam”, destacou o deputado estadual Luciano Siqueira. 

 Lembrou ainda o projeto de lei de sua autoria que proíbe o uso de recursos públicos para financiar artistas que tenham em seu repertório músicas discriminatórias às mulheres e homossexuais. “Não se trata de censura. Qualquer banda, qualquer artista que produzir sua mensagem discriminatória tem a liberdade de cantar e se apresentar onde quiser, mas não faz sentido que o mesmo governo que investe recursos para viabilizar políticas anti discriminatórias financie a discriminação pela cultura e pela arte”, afirmou.

Ele citou ainda as dificuldades que o projeto enfrenta na tramitação na Assembleia Legislativa. “Está difícil tramitar. Por duas vezes seguidas os deputados Daniel Coelho e Silvio Costa Filho pediram “vista”, e outro deputado me alertou: “Olha, corre o risco de não ser aprovado”. Eu digo: ‘Não tem problema, façamos um debate amplo. Que venham os empresários dessas bandas, que venham esses artistas, mas que venham também o movimento feminista, LGBT opinar. E se nós fizermos uma votação em plenário teremos ganhado porque esse debate haverá de ir a fundo nas raízes da discriminação, e aí nós teremos mais consciência”.

Na plenária final da Conferência, realizada no sábado, as delegadas aprovaram por unanimidade uma moção de apoio ao projeto do deputado Luciano Siqueira, considerado mais um importante instrumento de combate ao preconceito e em defesa da cidadania feminina.

Luciana Santos

A superação das desigualdades de gênero no Brasil também foi tema do discurso da deputada federal Luciana Santos. “Só tem um caminho para se combater a desigualdade de gênero e esse caminho é estabelecer políticas públicas arrojadas que enfrentem essa questão”, disse a ex-prefeita de Olinda.


Ela destacou ainda o significado de pela primeira vez o País ser presidido por uma mulher.

“Nós vivemos no Brasil um contexto de muita afirmação, da perspectiva de que as mulheres podem, que as mulheres são capazes de realizar as coisas. Nós temos pela primeira vez uma mulher como presidenta da República. É a primeira vez na história que uma mulher abre uma assembleia da ONU e a primeira frase que Dilma disse é que estava ali representando as mulheres do mundo. Então, estamos no momento de muita afirmação, em um momento de possibilidades para que se desenvolvam muitas políticas públicas que digam respeito à qualidade de vida das mulheres, seja no mercado de trabalho, na oportunidade de emprego, seja como cidadãs”.

Luciana destacou também a presença das mulheres nos espaços de poder. Ela lembrou que, em Olinda, em seu governo (2001-2008) e na gestão do prefeito Renildo Calheiros (2009-2012) as mulheres vem ocupando espaços significativos na administração pública municipal.

“Não só nas secretarias, mas nas direções intermediarias da Prefeitura de Olinda é grande a participação feminina. Entre os professores e na Saúde a grande maioria dos servidores desses segmentos é de mulheres. São segmentos estratégicos, que dialogam diretamente com o povo, e tem a presença feminina com muita força. Por isso, nós temos uma responsabilidade muito grande, de levar a consciência da desigualdade”, disse.

A comunista ressaltou também a presença das mulheres no Congresso Nacional. “Na Câmara dos Deputados nós temos uma grande bancada feminina, no Congresso Nacional não chegamos a ser 10%, mas no Senado já somos 10%. Tenho orgulho de dizer que a maior bancada feminina do Congresso é do PCdoB, uma bancada aguerrida, que vem conseguindo municiar a legislação brasileira que defende os direitos das mulheres, que garante a perspectiva das mulheres de se desenvolver mais plenamente, de combater a violência de toda natureza, entre elas a Lei Maria da Penha que fez cinco anos e tem sido muito importante para enfrentar a violência, Mas, a luta é mais ampla”, lembrou Luciana.

Fonte Site de Luciano Siqueira