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Acusados de apoiar genocídio, EUA deixam reunião do CS

A delegação dos Estados Unidos abandonou na última terça-feira (04) a reunião do Conselho de Segurança da ONU, onde Rússia e China vetaram uma resolução de condenação à Síria, depois que o representante de Damasco acusou os norte-americanos de "apoiarem o genocídio" ao protegerem Israel em detrimento dos palestinos.

A embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, Susan Rice, e os demais diplomatas estadunidenses se levantaram e deixaram a sala do Conselho enquanto o representante sírio, Bashar Jafari, dizia em seu discurso que os EUA poderiam ser acusados de genocídio por seu apoio aos israelenses.

Jafari assegurou que os EUA usaram seu poder de veto 50 vezes desde 1945 para protegerem Israel, pelo que poderiam ser acusados de participar do genocídio israelense contra os palestinos.

"Essa linguagem é equivalente a fechar os olhos e apoiar os massacres israelenses nas terras árabes ocupadas", indicou Jafari, que foi o último representante diplomático a discursar na reunião que frustrou a tentativa dos países da UE (União Europeia) de condenar Damasco.

Antes de Jafari ter finalizado seu discurso, o embaixador britânico, Mark Lyall Grant, também abandonou seu assento na mesa do Conselho de Segurança em protesto por suas palavras.

Em declarações posteriores à imprensa, a embaixadora norte-americana evitou comentar o incidente, mas foi especialmente dura com Rússia e China, que utilizaram seu direito de veto de maneira conjunta pela primeira vez desde julho de 2008 para evitar que o Conselho condenasse o regime de Bashar al Assad.

Rússia e China vetaram a resolução apresentada pelos quatro países da UE que estão no Conselho – França, Alemanha, Reino Unido e Portugal –, que não incluía sanções contra Damasco, mas sim uma dura condenação pela repressão, enquanto Brasil, Índia, África do Sul e Líbano se abstiveram. Os europeus e os EUA, além de Bósnia, Colômbia, Nigéria e Gabão, votaram a favor.

O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, assegurou que seu país não concorda "com este movimento unilateral e acusatório contra Damasco", e assinalou que a aposta europeia não promoveria uma solução pacífica para a crise, como deseja a Rússia.

Com Efe