Servidores dos Correios devem manter greve
A greve continua. A posição ainda não é oficial, mas ao que tudo indica, pelos resultados das assembleias dos sindicatos nos estados, o acordo firmado entre as Empresas de Correios e os servidores, representados pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), será rejeitado pela categoria.
Publicado 05/10/2011 16:54
A informação foi dada pela direção da Fentect. Até agora, Amazonas, São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília, Santa Catarina, Paraná, Paraíba, Sergipe, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul já recusaram a proposta fechada no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Para ser aceita, 18 dos 35 sindicatos ligados à federação deveriam aprová-la.
“Não falta muito para um acordo. Porém, essa nova proposta foi muito ruim, ficou pior do que a que tínhamos antes. Ontem perdemos uma ótima oportunidade para encerrar a greve. Mas a empresa além de ser intransigente, também lhe falta habilidade para negociar”, declarou o dirigente José Gonçalves de Almeida, o Jacó, que integra o Comando de Negociação da Greve, que hoje entra em seu 23º dia. Ele se refere ao fato de os carteiros terem perdido o abono de R$ 500.
Já o desconto dos dias parados por conta da greve de fato ganhou mais importância neste momento, se tornando o principal entrave para o acordo. A direção dos Correios quer que seis dias de trabalho sejam descontados a partir de janeiro, sendo meio dia por mês, num total de 12 parcelas. Os demais dias, pela proposta, seriam repostos com mutirões durante os finais de semana para colocar em dia o atraso nas entregas.
No entanto, Jacó ressaltou que os trabalhadores continuam exigindo as reivindicações trabalhistas. “Transformou-se numa queda de braço. Essa postura de querer punir os trabalhadores é inadmissível. A greve é um direito. Além disso, acreditamos que é possível adiantar o aumento linear para agosto, e não outubro como está na proposta de acordo de ontem (4), e que haja mais contratações”, afirmou Jacó.
O representante sindical lembrou que somente nove mil servidores foram contratados, por concurso público, recentemente. Mas, há uma defasagem de 30 mil profissionais. A categoria não recebe aumento desde janeiro de 2010, quando recebeu aumento linear de R$ 100.
Segundo a proposta tirada na terça-feira, no TST, haveria aumento real de R$ 80 retroativo a 1º de outubro, além de reajuste de 6,87% nos salários e benefícios a partir de 1º agosto.
Ainda faltam resultados das assembleias do Rio Grande do Sul, Goiás, Bahia e Ceará, entre outros, que devem ocorrer agora no período da tarde. Uma nova audiência de conciliação está marcada para segunda-feira, às 11h, no TST em Brasília.
Deborah Moreira, da redação do Vermelho