Metalúrgicos do Rio decretam estado de greve

Os metalúrgicos do Rio de Janeiro decretaram, em assembleia realizada no dia 6, na sede do Sindimetal, o estado de greve. Até o momento, os sindicatos patronais pouco avançaram nas propostas, apresentando um índice que não expressa a realidade de crescimento do setor nos últimos anos.

Com o estado de greve em vigor, a direção do Sindicato mobilizará ainda mais a categoria e convoca desde já os trabalhadores para a próxima assembleia, no dia 18 de outubro (terça-feira), que poderá ou não dar início à greve da categoria.

Os sindicatos patronais propuseram repor somente a inflação ou 0,5% acima dela. A categoria pede 13% de reajuste. Diante deste quadro, os trabalhadores rejeitaram categoricamente as propostas dos patrões e aprovaram que o Sindicato continue fazendo as negociações da campanha e o desconto das taxas assistenciais e confederativas para o Sindicato.

A realização de uma grande assembleia mostrou a força dos trabalhadores para lutar por mais direitos e por uma proposta que atenda aos anseios da classe. Segundo o presidente do Sindimetal-Rio, Alex Santos, apesar de a entidade ter encaminhado a pauta de reivindicações nos prazos legais, foi baixo o número de reuniões e pouco se avançou nas negociações, não havendo ainda algo que realmente possa ser aceito pelos trabalhadores.

Para o secretário-geral do Sindicato, Jorge Gonçalves, os trabalhadores não devem debater a pauta dos patrões, mas aquela que foi aprovada pela categoria. “A campanha é do trabalhador, queremos melhores condições de vida e no serviço”. Também diretor do Sindicato, Jesus Cardoso disse que é preciso que a categoria mostre sua indignação com a proposta apresentada. O membro da Comissão do Eisa, João Miolo, também destacou a importância da mobilização da categoria.

Para o presidente da CTB-RJ e diretor do Sindicato, Maurício Ramos, a categoria deu uma grande demonstração de força nessa assembleia. Disse ainda que a realidade brasileira levou várias categorias à greve – como correios e bancários – e que se não tiver acordo pode ser a hora dos metalúrgicos paralisarem.

O diretor do Sindicato e da FitMetal, Wallace Paz Aragão, que dirigiu a assembleia, informou à categoria que a data-base foi prorrogada com realização de todas as ações legais, garantindo assim os direitos dos trabalhadores.