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O neoliberal Henrique Meirelles filia-se ao PSD

O PSD de Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, ganhou mais um integrante de peso no establishment nacional conservador e neoliberal. O ex-presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles trocou o PMDB pelo PSD. E mais: vai transferir seu domicílio eleitoral de Goiás para a cidade de São Paulo, o que reforça a hipótese de que seja mais um nome para a disputa à prefeitura de São Paulo, em 2012.

Até agora, o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, era o mais cotado como provável candidato do PSD à prefeitura paulistana no ano que vem. Tudo será consumado hoje (7), último dia para regularização de filiação partidária para políticos interessados em concorrer a prefeito ou a vereador na próxima eleição.

À frente do BC durante os dois mandatos do ex-presidente Lula, Meirelles foi o principal fiador da ortodoxia na política macroeconômica e do pacto hegemonizado pelos financistas, rentistas e especuladores ligados à banca internacional. Com status de ministro, promoveu na prática a autonomia do BC em relação ao governo. Por isso mesmo, foi o alvo preferencial das manifestações sindicais e estudantis contra a política macroeconômica.

A desfiliação de Meirelles do PMDB foi confirmada mais cedo pelo diretório do partido em Goiás, onde Meirelles era filiado. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) divulgou que o ex-presidente do BC deverá comparecer a uma zona eleitoral na capital paulista esta tarde.

O ex-presidente do BC havia se filiado ao PMDB há dois anos com o intuito de disputar as eleições de 2010. Chegou a ser apontado como um dos nomes para a vaga de vice-presidente na chapa liderada pela presidente Dilma Rousseff e até como possível candidato ao governo de Goiás.

Porém, os peemedebistas acabaram não optando por Meirelles. Fecharam com Michel Temer para a vaga de vice de Dilma e com Íris Rezende para a disputa pelo governo goiano. Cogitado para disputar uma vaga no Senado, Meirelles permaneceu no BC até o fim do governo Lula. Atualmente, ele comanda o Conselho Público Olímpico dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

A filiação de Meirelles é reveladora de que o prefeito paulistano Gilberto Kassab não está aí para brincadeira. Formou um partido que já conta com forte representação política nacional. Até agora são dois senadores, dois governadores, 52 deputados federais, 500 prefeitos e dois mim vereadores.

Dessa maneira, o PSD e seu líder tornam-se peças importantes no tabuleiro do xadrez político, em condições de disputar o poder nos âmbitos municipal e estadual em 2012 e, conforme os resultados que obtiver, exercer forte influência nas eleições presidenciais e gerais de 2014.

A composição das fileiras do PSD revela ao mesmo tempo outro fenômeno característico do comportamento dos políticos e partidos das classes dominantes – a reciclagem e adaptação às situações cambiantes, cumprindo a velha máxima de mudar algo para que tudo fique na mesma. No caso do PSD, está sendo constituído de integrantes de partidos de direita e centro-direita, mal acomodados nas legendas em que se encontravam. Especialmente o DEM, antigo PFL, condenado ao desaparecimento, está sendo o maior fornecedor de quadros ao PSD, o que diz muito sobre o caráter da nova agremiação, que o prefeito paulistano insiste em dizer que é de “centro”, mas que é de fato uma das muitas variações de centro-direita no quadro político nacional.

da redação do Vermelho, com agências