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Venezuela defenderá a Opep das ameaças de desmembramento

A Venezuela defenderá a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) diante das ações das potências capitalistas para desmembrar o bloco e apoderar-se do petróleo em nível mundial, afirmou neste domingo (9) o ministro Rafael Ramírez.

Segundo o titular de Energia e Petróleo, Caracas manterá uma postura a favor da unidade e respeito aos acordos feitos nesse grupo, apesar de que alguns de seus integrantes estejam ocupados pelos Estados Unidos e realizem a produção dos hidrocarburantes de forma unilateral.

Ainda que a Opep tenha fixado as cotas em 24,8 milhões de barris de petróleo diários, várias nações violaram essa disposição e, em consequência, "estão introduzindo uma desestabilização nos preços dos combustíveis", disse o ministro em entrevista com o jornalista José Vicente Rangel.

Ramírez também denunciou que Washington e seus aliados da Europa atacam a Líbia e buscam desestabilizar a Venezuela e o Irã para se apropriarem dos recursos petrolíferos e enfrentarem as dificuldades financeiras vigentes em seus territórios.

"É evidente que o capitalismo mundial e seus países mais desenvolvidos está passando por uma crise estrutural severa; já tivemos um episódio precedente em 2008 (…) e agora esta crise se estendeu aos países europeus e a sua periferia", adicionou. Nesse sentido fez referência à alta demanda energética das potências e em particular os Estados Unidos, que consomem cerca de 25% dos combustíveis de todo o planeta e desenham estratégias para satisfazer suas necessidades.

"Os grandes países desenvolvidos não podem racionalizar o consumo de energia. Isto implica um risco para a Venezuela, já que a necessidade de energia tem feito com que o império invada países como o Iraque, o Afeganistão e a Líbia, entre outros", finalizou.

O ministro citou como exemplo episódios como o golpe de Estado de 2002, com participação da Casa Branca, e as últimas sanções contra a companhia Petróleos de Venezuela (Pdvsa).

"Há pretensões das empresas multinacionais de pôr uma espécie de castigo ao desenvolvimento de nossas políticas soberanas em matéria de petróleo", indicou.

Igualmente, comentou que a Pdvsa arrecadou mais de US$ 295 bilhões depois da nacionalização.

"Hoje em dia podemos dizer que nossa empresa nacional tem capacidade e maneja nossos recursos naturais, que não são qualquer coisa", destacou Ramírez.

A Venezuela possui as maiores jazidas de hidrocarburantes do planeta, calculadas em 296 bilhões e 500 milhões de barris, e só é seguida pela Arábia Saudita, com 264 bilhões de barris.

Com estas reservas, o país sul-americano tem a capacidade de manter uma atividade petrolífera contínua por mais de 300 anos, enfatizou o ministro e presidente da Pdvsa.

Prensa Latina