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Bélgica salva banco para depois vendê-lo à custa de trabalhadores

Principal banco da Bélgica, respondendo por 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, o Dexia Bank Belgium foi o primeiro banco a ser estatizado em decorrência da crise da Grécia, em processo de moratória das dívidas com instituições financeiras da região.

O Dexia tem uma exposição a risco de crédito global de US$ 700 bilhões, mais de duas vezes o PIB grego. Com ativos podres estimados, inicialmente, em 90 bilhões de euros (US$ 121 bilhões), o Dexia foi dividido em duas partes.

Numa delas, foram concentrados os papéis tóxicos, com dívidas da Grécia e de outros países também prestes a entrar em moratória. A parte boa foi estatizada. A conta será paga pelos contribuintes de Bélgica, França e Luxemburgo.

O governo belga bancou a maior parte dos recursos destinados a impedir a quebra do banco: 54 bilhões de euros (60,5% do total). O francês entrou com 32,85 bilhões de euros (36,5%); e o luxemburguês, com 3,15 bilhões de euros (3%).

A Bélgica desembolsará mais 4 bilhões de euros para assumir o controle acionário da parte saudável do Dexia. Com isso, a dívida pública belga, que já representa 96% do PIB, deve dar novo salto.

Além de usar dinheiro dos contribuintes, o ministro das Finanças da Bélgica, Didier Reynders, quer que a estatização seja temporária. "Em cinco anos ou mais, talvez ainda estejamos dentro do Dexia", previu.

Foi a segunda vez, em menos de três anos, que o Dexia recebe dinheiro público para não ir à breca. A primeira foi em 2008, após o estouro da crise global de 2008.

Naquele ano, França, Bélgica e Luxemburgo destinaram 6,376 bilhões de euros para salvar a instituição. Agora, com o rombo 14,2 vezes maior, o Dexia acabou estatizado.

Ele deve ser apenas o primeiro banco a ser transferido para as mãos do Estado. Em estimativa extremamente conservadora, o FMI prevê que o sistema financeiro da Europa tenha um buraco de cerca de 200 bilhões de euros.

Fonte: Monitor Mercantil