Israel bloqueará planos palestinos de ingressar na Unesco
O chanceler israelense, Avigdor Lieberman, garantiu no domingo (16) que sua nação tomará medidas para frear os planos palestinos de ingressar na Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura (Unesco), com o objetivo de buscar o status de Patrimônio Mundial para o lugar do nascimento de Jesus.
Publicado 17/10/2011 12:40
“Não temos intenção de permitir dessa forma tais golpes. Pensaremos em que medidas poderemos tomar como resposta”, declarou o Ministro israelense de Relações Exteriores durante una entrevista à agencia russa Interfax.
“Do ponto de vista jurídico, será muito difícil que eles, aspirantes a Estado, tentem se converter em membro de pleno direito da Unesco", considerou Lieberman.
Assim como no caso da aceitação das Nações Unidas, o governo de Israel conta, nesta ocasião, com o respaldo dos Estados Unidos que, inclusive, têm ameaçado cancelar o financiamento da agência cultural da ONU, se esta decidir aceitar em seu seio aos palestinos.
Um direito natural
Há uma semana, o ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Hamdan Taha, encarregado da cultura e antiguidades afirmou que a adesão à Unesco era um direto natural dos palestinos. Neste sentido, lamentou as objeções de Washington e Tel Aviv.
A intenção é buscar o status de Patrimônio da Humanidade para Belém e sua Igreja da Natividade, reverenciada como o lugar de nascimento de Jesus, uma vez que a agência cultural das Nações Unidas os admita como membro pleno.
Posteriormente, tentarão fazer o mesmo com outros lugares como Hebrón, cidade ancestral que abriga um templo sagrado tanto para os judeus como para os muçulmanos, na Cisjordânia.
No entanto, o diretório da Unesco decidiu realizar uma votação entre os Estados membros para que opinem sobre a apresentação palestina para una adesão plena.
"A adesão à Unesco leva uma mensagem de justiça e direitos. Por que os palestinos são deixados de fora do sistema internacional?", disse Taha.
"O vejo como uma coroação dos grandes esforços feitos durante os últimos 20 anos", sustentou o ministro da ANP.
O pleito para a adesão palestina está previsto na Conferencia General da Unesco, que será realizada entre 25 de outubro a 10 de novembro. Os palestinos têm status de observador no organismo desde 1974.
Para ingressar na agencia cultural das Nações Unidas, os palestinos precisarão de dois terços dos 193 votos na Conferência Geral para conquistar seu objetivo.
Fonte: Telesur