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Movimento dos 'indignados' levanta questionamento nos EUA

Um mês após o início dos protestos, o movimento "Occupy Wall Street" levanta questionamentos sobre seu futuro nos Estados Unidos. As dúvidas pairam sobre as reivindicações dos manifestantes e se elas serão escutados pelos políticos e financistas. Neste fim de semana, dezenas de milhares de pessoas em mais de 80 países foram às ruas protestar contra a crise e o sistema financeiro mundial.

Comentário do jornal The New York Times assinala que é preciso verificar se os protestos conseguem introduzir na agenda nacional o tema da desigualdade, no momento em que o país se aproxima do ano eleitoral de 2012. Assinado por Nicholas D. Kristof, o texto afirma que para os norte-americanos foi "fascinante" a frustração dos egípcios protestando na praça Tahrir, mas muitos ainda não compreendem o ressentimento de seus compatriotas.

Nos EUA, o que impulsiona fundamentalmente os manifestantes é a desigualdade econômica, e também há mais desigualdade que na Tunísia ou no Egito, sustenta Kristof. Ao ilustrar este parâmetro, o articulista diz que os 400 norte-americanos mais ricos têm um maior valor líquido combinado que outros 150 milhões de compatriotas.

Citando estatísticas oficiais, Kristof assegura que 1% da população colocou em seus cofres 65% dos benefícios atingidos durante anos de expansão de 2002 a 2007. Em suas considerações sustenta, também, que a desigualdade "é um câncer em nosso bem-estar nacional".

No sábado (16/10), o "Occupy Wall Street" passou por uma prova de fogo quando estendeu seus protestos aos praticamente 50 estados do país, em uma demonstração que o mundo todo acompanhou. As manifestações ganharam o respaldo de muitos norte-americanos, que enfrentam agora as carências econômicas e de empregos devido às políticas dos grupos financeiros do país.

Alguns analistas como Todd Gitlin, pesquisador político e acadêmico da Universidade de Columbia, consideram que o movimento dos indignados nos EUA obteve o respaldo popular bem mais rapidamente que o movimento antibélico e o movimento dos direitos civis. Isto seria um indicativo de que a mensagem está colando na população e que a desigualdade e a falta de emprego chegaram para ficar como temas que medirão os eleitores em 2012.

Apesar de alguns setores proporem a falta de liderança visível desta tendência, analistas sugerem que outros protestos como a dos direitos civis do século anterior tiveram similar começo.

Fonte: Prensa Latina