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Emissora venezuelana é multada por fazer apologia ao crime

O canal de televisão venezuelano Globovisión foi multado em R$ 3,8 milhões pela Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações) por ter feito apologia ao crime e ter incitado a agitação civil durante a cobertura da rebelião ocorrida no presídio El Rodeo, localizado a 30 quilômetros de Caracas, em junho passado. A rebelião se prolongou por várias semanas, com a morte de pelo menos cem prisioneiros.

O presidente do órgão, Pedro Maldonado, esclareceu que a multa equivale a 7,5% do faturamento bruto da emissora em 2010 e que a sanção será executada de forma imediata. Segundo ele, o canal violou a Lei de Responsabilidade Social em Rádio e Televisão, o que levou à execução de um processo administrativo contra ela. A TV poderá recorrer da medida na Justiça.

O deputado da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, declarou, nesta quarta-feira (19), que a cadeia de televisão "informa as pessoas de acordo com seus interesses e esconde a verdade". Em declarações ao programa matutino "Toda Venezuela", o deputado ressaltou que a TV "promoveu a exacerbação dos problemas e manipulou a dor dos seres humanos para criar novas situações", manifestou Cabello

Manipulação de imagens

De acordo com o presidente, a emissora, "utilizou 18 depoimentos dramáticos de familiares de detentos, que foram transmitidos 300 vezes em quatro dias. Na edição de imagens, foram incorporados sons não pertencentes ao áudio original e foram incluídos efeitos especiais de som, como o áudio de metralhadoras".

Da mesma forma, "utilizaram de maneira deliberada, o áudio das declarações de porta-vozes oficiais e os incluíram sobre imagens de mães desesperadas e fogo no presídio, para realizar um contraste mórbido de imagem e som, o que representa delitos tipificados na lei", como esclareceu o Maldonado.

Outro lado

Para a vice-presidente da Globovisión, María Fernanda Flores, a multa é exagerada: "Essa multa econômica é uma sanção impagável. Não há maneira de pagar essa enorme quantia".  A emissora pretende recorrer da decisão na Justiça.

Da Redação do Vermelho, Vanessa Silva,
com agências