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Gregos voltam às ruas contra aprovação de pacote de maldades

A Grécia vive mais um dia de tensão. Após serem reprimidos violentamente pela polícia nesta quarta (19), milhares de manifestantes voltaram a ocupar a frente do Parlamento grego, no segundo dia de greve geral no país. A expectativa é de que os deputados aprovem nesta quinta (20) um novo pacote de maldades.

Serviços públicos encerrados, gabinetes dos governos central e locais fechados, escolas e tribunais também. Dezenas de voos cancelados por falta de controladores aéreos, transportes ferroviários parados e hospitais realizando apenas os serviços de urgência. Este é o retrato de uma Grécia que não se conforma com mais cortes.

A polícia estima que cerca de 20 mil pessoas já estejam em frente ao Parlamento, para pressionar os deputados a votarem contra as novas medidas de austeridade. Apesar de o novo pacote ter sido recebido com indignação pela população, a expectativa é de que ele deve ser aprovado, seguindo a tendência do que houve na primeira votação, ontem, quando dos 295 parlamentares presentes, 154 aprovaram as propostas e 145 as rejeitaram.

O tema é tão polêmico que, além da oposição, até alguns deputados do governista Partido Socialista criticaram as novas medidas, com vários deles indicando que poderiam votar contra alguns dos artigos da lei.

"As coisas chegaram a um ponto muito difícil e há um sentimento de raiva por parte da população", disse Ilias Iliopoulos, secretário-geral da central sindical Adedy, do setor público. "O nosso objetivo é reverter essas políticas de austeridade e impedir que a legislação seja aprovada", acrescentou.

"Nós chegamos ao nosso limite de resistência e, o que é pior, não há um vestígio de esperança", afirmou Stathis Anestis, porta-voz da GSEE, que reúne trabalhadores do setor privado. "Queremos enviar a mensagem de que essas políticas de austeridade têm sido uma catástrofe para a Grécia."

O pacote determina o fim dos contratos coletivos, o aumento de impostos e tarifas públicas e abre a possibilidade de demissão de 30 mil funcionários públicos até dezembro.

Os credores do país exigem as medidas antes de entregar à Grécia uma nova parcela de 8 bilhões de euros, do pacote de 110 bilhões de euros do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia. Caso não receba o dinheiro, a Grécia ficaria sem fundos em meados de novembro.

Na quarta-feira, mais de 100 mil pessoas protestaram pelo país, com alguns incidentes violentos. Houve confrontos esporádicos entre manifestantes e policiais durante a noite. Segundo autoridades, 50 policiais e pelo menos três manifestantes se feriram nos confrontos.

Com agências