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Polícia reprime protestos na Grécia no primeiro dia de greve

A polícia grega reprimiu com ferocidade a grande manifestação que se formou nesta quarta-feira nas ruas ao redor do Parlamento do país, em Atenas. Cerca de 20 mil pessoas estavam concentradas no local, aguardando a votação de um novo pacote de maldades, quando os policiais começaram a lançar gás lacrimogêneo na multidão.

A praça Syntagma, diante do Parlamento e que tem capacidade de abrigar cerca de 30 mil pessoas, foi tomada por completo pelos "indignados", que se manifestam contra as medidas tomadas a favor do sistema financeiro há cerca de seis meses. As medidas impostas à população trabalhadora, rejeitadas pela maioria, agravam a crise e acirram a luta de classes no país.

O novo plano de maldades imposto à Grécia pela União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional é um dos requisitos para que a troika aceite repassar mais dinheiro aos bancos credores da Grécia.

Dezenas de carros antimotins foram estacionados diante do edifício do Parlamento, onde os deputados discutiam – e aprovavam – o projeto de lei apresentado pelo governo do premiê Giorgio Papandreou.

Apesar da ampla oposição popular e em mais uma demonstração de inexistência da propalada "democracia" em um Estado burguês, mais de metade dos deputados do parlamento grego deu sinal verde ao novo pacote de maldades.

Papandreou conseguiu o apoio de, pelo menos, 151 deputados, de um total de 300, revela a mídia corporativa. As agências informam também que a votação final ficou marcada para amanhã.

Bilhões de euros "em fuga"

Um instituto financeiro alemão veio a público esta semana para denunciar a transferência de uma gigantesca quantia de dinheiro feita pelos ricos da Grécia para bancos suíços. A denúncia foi feita pelo Instituto financeiro alemão Roland Berger.

A fuga de capitais se deve ao temor da falência das finanças públicas gregas e da reintrodução do dracma como moeda nacional, segundo acredita o instituto alemão.

O diário alemão Bild informa na sua edição desta quarta-feira que desde o início da crise financeira ocorreu uma fuga maciça de capitais da Grécia para o exterior, particularmente para os bancos suíços, no valor de 200 bilhões de euros.

Segundo Markus Kroll, do instituto financeiro Roland Berger, “só nos últimos meses fluíram para o exterior mais de dez bilhões de euros”.

A instituição alemã afirma que a fuga de capitais se deve ao temor da falência das finanças públicas gregas e da reintrodução do dracma como moeda nacional – se ocorresse a saída do país do Euro – o que inevitavelmente provocaria a perda de valor dos depósitos em euros nas contas bancárias gregas.

As transferências, segundo o jornal, foram em geral feitas através de Chipre, ou aproveitando as sociedades no estrangeiro abertas por capitalistas gregos.

Com agências