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1º dia de greve geral: Grécia tem 125 mil manifestantes nas ruas

Trabalhadores de várias categorias profissionais na Grécia começaram nesta quarta (19) uma greve geral de 48 horas. Os primeiros a aderir à paralisação foram os jornalistas. O protesto é uma reação aos novos cortes de gastos para combater o endividamento do país. Já nesta manhã, cerca de 125 mil pessoas manifestaram-se em Atenas, Salónica, Heraklion e Patras, contra novo conjunto de medidas, que incluem demissões e aumento de impostos.

Greve geral de 48 horas contra novo pacote de austeridade na Grécia / Foto: EPA

No pacote, há ainda a previsão de cortes de salários e benefícios para aposentados. A proposta será votada pelo Parlamento da Grécia ainda esta semana, segundo estimativa das autoridades. Para os sindicatos, os cortes prejudicam a economia grega e intensificam os problemas com a dívida.

Em Atenas, dezenas de viaturas da polícia antimotim e cerca de três mil policias estavam em frente do Parlamento, na praça Syntagma. A polícia encerrou preventivamente duas estações de metrô no centro da capital, onde estavam concentradas milhares de pessoas para a grande manifestação unitária iniciada ao meio-dia local.

Os dois principais sindicatos do país, o GSEE, do setor privado, e o Adedy, da função pública, lançaram apelos para manifestações em Atenas e Salónica, grande cidade do norte do país.

A maioria das profissões anunciou a intenção de participar na greve, incluindo funcionários municipais, inspetores do fisco, médicos, professores, motoristas de táxi e padeiros. Os controladores aéreos também paralisariam suas atividades durante 12 horas nesta quarta-feira, o que obrigou ao cancelamento e adiamento de inúmeros voos.

Transportes, escolas, museus e todo o setor público estão fechados, assim como muitos estabelecimentos comerciais e bancos. O acesso a vários edifícios públicos foi bloqueado por funcionários em protesto pelas novas medidas anunciadas.

Para a polícia grega, este é o número mais alto de manifestantes registado pelas autoridades desde o início da crise da dívida em 2010.

Greves anteriores também paralisaram o país, com a suspensão dos serviços de transporte público, o fechamento de locais de turismo e o acúmulo de lixo pelas ruas.

A comunidade internacional cobra da Grécia reações para reduzir o déficit público – que ultrapassa em três vezes o valor permitido pela União Europeia – e para diminuir a dívida pública, calculada em 350 bilhões de euros.

A União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) avisaram que o governo da Grécia tem de promover reformas estruturais, uma exigência para a autorização do uso do fundo europeu de 110 bilhões de euros, que representa a principal forma de financiamento do Estado grego.

Com agências