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Fidel Castro: O papel genocida da Otan (terceira parte)

O líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, publicou na última quarta-feira (26) a terceira parte de suas Reflexões sobre o papel genocida da Otan.

No texto, ele relembra passagens de uma Reflexão publicada em 23 de fevereiro do ano em curso, sob o título “Dança macabra de cinismo”, na qual afirmava, entre outras coisas, que a política de saque imposta pelos Estados Unidos e seus aliados da Otan no Oriente Médio havia entrado em crise. Fidel analisava os acontecimentos na Líbia, onde tinha início uma guerra civil, e retratava as declarações dos líderes das principais potências imperialistas, que considerou uma “dança macabra de cinismo”.

Na Reflexão publicada ontem, o líder da Revolução Cubana afirma:

Enquanto meditava sobre estes fatos, nas Nações Unidas se abriu o debate previsto para a terça-feira, 25 de outubro, em torno da “Necesidade de pôr fim ao bloqueio comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”, algo que vinha sendo apresentado pela imensa maioria dos países membros dessa instituição ao longo de 20 anos.

Desta vez os numerosos raciocínios elementares e justos – que para os governos dos Estados Unidos não eram mais que exercícios retóricos – puseram em evidência, como nunca antes, a fraqueza política e moral do império mais poderoso que já existiu, a cujos interesses oligárquicos e insaciável sede de poder e riquezas têm sido submetidos todos os habitantes do planeta, incluído o próprio povo desse país.

Os Estados Unidos tiranizam e saqueiam o mundo globalizado com seu poderio político, econômico, tecnológico e militar.

Essa verdade se torna cada vez mais óbvia depois dos debates honestos e valentes que tiveram lugar nos últimos 20 anos nas Nações Unidas, com o apoio dos Estados que se supõe expressam a vontade da imensa maioria dos habitantes do planeta.

Antes da intervenção de Bruno [Rodriguez, chanceler cubano], numerosas organizações de países expressaram seus pontos de vista através de um dos seus membros. O primeiro deles foi a Argentina, em nome do Grupo dos 77 mais a China; seguiram-na o Egito, em nome dos Noal [Não Alinhados]; Quênia, em nome da União Africana; Belize, em nome do Caricom; Cazaquistão, em nome da Organização da Cooperação Islâmica; e o Uruguai, em nome do Mercosul.

Com independência destas expressões de caráter coletivo, a China, país de crescente peso político e econômico no mundo, a Índia e a Indonésia apoiaram firmemente a resolução através de seus embaixadores; entre os três, representam 2 bilhões e 700 milhões de habitantes. Também o fizeram os embaixadores da Federação Russa, Belarus, África do Sul, Argélia, Venezuela e México. Entre os países mais pobres do Caribe e América Latina, vibraram as palabras solidárias da embaixadora de Belize, que falou em nome da comunidade do Caribe, São Vicente e Granadinas e a Bolivia, cujos argumentos relacionados com a solidaridade ao nosso povo, apesar de um bloqueio que já dura 50 anos, será um estímulo imperecível para nossos médicos, educadores e cientistas.

A Nicarágua falou antes da votação, para explicar com valentia porque votaria contra aquela pérfida medida.

Antes já tinha falado o representante dos Estados Unidos para explicar o inexplicável. Senti pena dele. É o papel que lhe atribuíram.

Quando chegou a hora da votação, dois países se ausentaram: Líbia e Suécia; três se abstiveram: Ilhas Marshall, Micronésia e Palau; dois votaram contra: Estados Unidos e Israel. Somados os que votaram contra, se abstiveram, ou se ausentaram: Estados Unidos, com 313 milhões de habitantes; Israel, com 7,4 milhões; Suécia, com 9,1 milhões; Líbia, com 6,5 milhões; Ilhas Marshall, con 67,1 mil; Micronésia, com 106,8 mil; Palau, com 20,9 mil, somam 336 milhões e 948 mil, o equivalente a 4,8% da população mundial, que já se eleva este mês a 7 bilhões.

Depois da votação, para explicar seus votos, falou a Polônia em nome da União Europeia que, apesar de sua aliança estreita com os Estados Unidos e sua obrigatória participação no bloqueio, é contrária a essa medida criminosa.

Depois fizeram uso da palavra 17 países, para explicar com firmeza e decisão por que votaram a favor da resolução contra o bloqueio.

Continuará na sexta-feira (28).

Fidel Castro Ruz
26 de outubro de 2011
21h45
Traduzido pela Redação do Vermelho
Fonte: Cubadebate