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Dilma chega à França com propostas contra políticas recessivas

A presidente Dilma Rousseff desembarcou na tarde desta terça-feira (1º) em Nice, na França, de onde seguiu para Cannes para participar da 6ª Cúpula do G20, realizada na cidade até a próxima sexta-feira (4). Dilma viajou acompanhada do ministro da Fazenda, Guido Mantega, do chanceler Antonio Patriota e da secretária de Comunicação Social, Helena Chagas.

A expectativa é a de que a agenda da reunião seja polarizada pelas discussões a respeito da crise das dívidas nos países da zona do euro.

Durante os dias 3 e 4, os chefes de Estado e de governo do G20 se reunirão em sete sessões de trabalho, nas quais serão discutidos temas como crise financeira internacional, crescimento econômico, geração de emprego, reforma do sistema monetário, comércio internacional, regulação financeira, mudanças climáticas e governança global.

A presidente deve destacar em seus discursos que o combate à crise deve ser associado à adoção de políticas inclusivas, de investimentos em geração de emprego, distribuição de renda e da suspensão de quaisquer ações protecionistas. Ela insistirá no combate às medidas recessivas e no apoio ao crescimento econômico e citará as medidas adotadas pelo Brasil em 2008 como exemplo de saída para os efeitos da crise.

Em declarações na segunda-feira, antes de seu embarque para a França, ela adiantou que a posição que o Brasil levará a Cannes “é que o G20 deve agir propondo tanto medidas financeiras urgentes e emergenciais como também um plano de sustentação do crescimento e do emprego. Cabe ao G20 ajudar a restabelecer a confiança no retorno do crescimento, em especial das economias desenvolvidas, porque nós somos capazes de fazer a nossa parte por nós mesmos”, destacou.

No início do mês, durante a cúpula União Europeia-Brasil, em Bruxelas, Dilma já havia defendido posição parecida, afirmando que "a história mostra que só seremos capazes de sair da crise com medidas de estímulo ao crescimento econômico somadas a políticas de estabilidade macroeconômicas, assim como políticas sociais, de criação de empregos e de crescimento".

O G20 foi estabelecido em 1999, como consequência das crises de balanço de pagamentos ocorridas ao longo da década de 1990. O mecanismo reunia as autoridades financeiras dos 20 países desenvolvidos e em desenvolvimento mais importantes, com o objetivo de cooperar em temas técnicos de natureza econômica e financeira. A partir de 2008, em reconhecimento da necessidade de cooperação internacional ampliada para superar a crise financeira nos países desenvolvidos, passou a reunir-se em nível de chefes de Estado e governo.

A posição brasileira deverá ser acompanhada também por outros países emergentes como a Índia e África do Sul, conforme acordo firmado no mês passado no encontro do Ibas (grupo de países formado por Índia, Brasil e África do Sul).

Os países europeus desejam que os grandes países emergentes, como a China e, em menor extensão, o Brasil, se comprometam com uma ajuda aos países europeus que enfrentam dificuldades para rolar suas dívidas.

Dilma Rousseff deverá ressaltar que o Brasil está disposto a colaborar na busca por soluções para a crise. O principal meio de ajuda seria pela compra de títulos do Fundo Europeu de Estabilização Financeira, criado para ajudar os países da região em dificuldades e cuja expansão foi anunciada após um encontro de líderes europeus na semana passada.

Ela também deve falar sobre a necessidade de buscar alternativas de desenvolvimento econômico sustentável, por meio de ações, que inclusive serão debatidas na Conferência Rio+20, no ano que vem no Rio de Janeiro.

A agenda oficial da presidente em Cannes tem início somente nesta quarta-feira, quando ela deve manter encontros bilaterais com outros chefes de Estado também presentes na cúpula.

Existe a possibilidade ainda de uma reunião, não confirmada, entre os líderes dos Brics (Brasil, Rússia, China e África do Sul) para a discussão de uma agenda comum durante a cúpula, a partir de quinta-feira.

Com agências