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Dilma: Países devem garantir renda a famílias em extrema pobreza

Diante da crise econômica mundial, a presidente Dilma Rousseff defendeu nesta segunda-feira (7) que os países devem garantir renda às famílias mais pobres, assim como têm se esforçado para salvar os bancos.

No programa de rádio Café com a Presidente, Dilma Rousseff falou sobre a proposta da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de criar o Piso Mundial de Proteção Social para das famílias extremamente pobres – as mais afetadas pela crise. A ideia foi debatida durante a reunião do G20 (grupo formado pelas 20 maiores economias do mundo), na semana passada, na França.

“Se os países se dedicam a resgatar os seus bancos, podem muito bem oferecer renda para uma família em estado de pobreza extrema. E isso não é filantropia, é uma oportunidade para ela superar as dificuldades”, disse.

De acordo com a presidenta, a proposta da OIT teve inspiração no Programa Bolsa Família, uma das principais ações do governo brasileiro para a transferência de renda à população de baixa renda.

“No documento final da reunião do G20, os países reconheceram a importância de uma rede de proteção para as populações extremamente pobres do mundo. É claro que essa iniciativa tem que ser adaptada à realidade de cada país”, acrescentou.

A presidente Dilma Rousseff garantiu que o Brasil sentirá menos os efeitos da crise, em comparação aos países ricos, por estar com a economia sólida e gerando empregos. Segundo ela, essas condições impedem que o Brasil vire alvo de especulações por outras nações.

“O que é diferente entre nós e os países ricos que estão em crise é que temos uma economia sólida, temos bancos sólidos, controlados e regulados. O Brasil não tem uma dívida elevada, pelo contrário, temos uma reserva de US$ 350 bilhões, o que é que impede que outros venham aqui especular conosco. E, por isso, sempre digo que os países emergentes têm melhores condições de enfrentar a crise”, destacou.

O que colaborou também para essa situação brasileira ante a crise foi a criação de cerca de 2 milhões de empregos com carteira assinada, destacou a presidente.

Combate ao desemprego

Ainda segundo Dilma, a saída para a crise econômica mundial é enfrentar o desemprego. Ela disse que essa foi a resposta defendida pelo Brasil durante a reunião do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, na França, na semana passada.

“A crise econômica mundial, que está abalando, principalmente, os países da Europa e os Estados Unidos, não pode ser resolvida com desemprego e muito menos com a redução dos direitos trabalhistas. A questão do desemprego é extremamente preocupante”, disse.

A OIT estima que existam 200 milhões de pessoas sem emprego no mundo, a maioria jovens.

Para Dilma, todos os países devem cooperar para encontrar uma solução à crise econômica. “O grande desafio para essa crise é o caminho para retomar o crescimento: o caminho do investimento, do consumo e da geração de empregos. Todos concordaram que nós temos de ajudar, fazendo a nossa parte. Ninguém ganha com a crise. Até agora, os países emergentes vêm sustentando o crescimento da economia mundial, eles também reduziram um pouco o seu crescimento, porque foram atingidos por efeitos indiretos. Mas quem sustenta o crescimento mundial são esses países, somos nós”, disse.

Na semana passada, a presidente descartou uma contribuição direta do governo brasileiro para o Fundo Europeu de Estabilização.

Fonte: Agência Brasil