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PE: Jornalistas podem entrar em greve, a exemplo dos gráficos*

A dor deles não sai no jornal. Reunidos em assembleia nesta segunda (7), os jornalistas de Pernambuco decidiram por entrar em estado de greve. Isso não quer dizer, porém, que estão parados.

A definição pela paralisação (ou não) virá de uma outra reunião na próxima quarta-feira. Enquanto isso, os profissionais esperam um sinal de que o patronato está disposto a negociar.

A presidente do sindicato, Cláudia Eloi, está em seu primeiro mandato e anda ocupada como nunca. A jornalista optou por não afastar-se de suas funções no Diario de Pernambuco e anda fazendo malabarismo para dar conta de suas obrigações profissionais e sindicais. Logo após a definição do estado de greve, Cláudia conversou com a reportagem do OmbudsPE pelo chat do Facebook. E é nas mídias sociais que ela espera sensibilizar a sociedade sobre as batalhas de sua categoria.

OmbudsPE– Por que os jornalistas decidiram pelo estado de greve?

Cláudia Eloi– Pela intransigência dos patrões. Eles só oferecem a inflação (7,32%) e insistem em retirar a cláusula do diploma em nosso acordo coletivo.

OmbudsPE – E o que os jornalistas querem?
Cláudia Eloi– Queremos negociar. Os gráficos (que estão de braços cruzados desde a última sexta-feira, dia 4) estão dando o exemplo de que unidos eles são respeitados.

OmbudsPE – Se eventualmente a categoria resolver pela paralisação, vai ser fundamental o apoio da sociedade. Como vocês esperam dialogar com as pessoas se a greve de vocês não sai no jornal?
Cláudia Eloi – Vamos usar os meios que dispomos. A tribuna da Assembleia Legislativa, da Câmara do Recife, vamos para as ruas e usar as redes sociais. Mas a greve é se eles não quiserem negociar. Teremos nova assembleia com a categoria na quarta-feira para decidir os rumos do movimento.

OmbudsPE
– Você acredita em algum fato novo daqui pra quarta-feira? Acha que o patronato vai negociar nesses dois dias?
Cláudia Eloi – Tudo é possível. Vale salientar que estávamos negociando na DRT e o mediador de lá, dr. Francisco, disse que não condições mais de ser o mediador porque os patrões não queriam ceder em nada. Eles não querem analisar nenhum item de nossas propostas. Apenas retirar a cláusula do diploma e oferecer a inflação. Isso não é negociar.

OmbudsPE – Em 1990 houve um movimento histórico em Pernambuco q desencadeou numa greve de 14 dias de gráficos, jornalistas e radialistas. Você acha que a categoria tá fortalecida para um movimento daquele tamanho?
Cláudia Eloi – Os tempos são outros. A gente sabe disso. Mas nunca deve subestimar uma categoria que vem dando seu suor o tempo todo e não tem nenhum reconhecimento numa negociação. Os gráficos estão aí para mostrar isso. Volto a insistir. Queremos negociar de verdade.

*Título dado pelo Vermelho

Fonte: OmbusPE