Crise europeia e a esquizofrenia econômica de Merkel e Sarkozy
O governo do presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou mais um plano para tentar retirar seu país da estagnação. Ele combina aumento de impostos sobre as vendas e sobre os lucros das corporações com medidas recessivas e anti-sociais, como a promessa de antecipar em um ano a entrada em vigor do aumento de 60 para 62 anos da idade mínima para a aposentadoria.
Publicado 08/11/2011 20:26
A nova proposta é apresentada apenas três meses depois do anúncio de outro plano recessivo. E seis meses antes da eleição presidencial, na qual um cada vez mais impopular Sarkozy tentará se reeleger.
O presidente francês diz que o objetivo é zerar o déficit público até 2016 e retirar 100 bilhões de euros de uma economia que patina há cerca de três anos. As medidas incluem ainda propostas populistas, como o congelamento dos salários dos ministros e do presidente, que, no entanto, foram contemplados com um robusto aumento de 170% em 2007.
As informações foram divulgadas pelo primeiro-ministro François Fillon. O primeiro-ministro disse que haverá um arrocho complementar de 1,5 bilhão de euros de economia para o Orçamento francês de 2012.
A área da saúde, em geral preservada, será atingida por cortes 700 milhões de euros em seu orçamento do ano que vem.
O Imposto sobre Valor Agregado (IVA), aplicado a setores como construção civil, restaurantes e trabalho em domicílio, passou de 5,5% para 7%, excluindo produtos de primeira necessidade, como alimentos. O imposto para empresas com faturamento superior a 250 milhões de euros/ano vai aumentar em 5,5%.
Na Alemanha, o partido da chanceler Angela Merkel e seus parceiros da coalizão no governo acertaram a proposta de cortar mais 6 bilhões de euros de impostos. A proposta será implantada em duas fases: em 2013 e em 2014.
Ela foi apresentada num momento em Merkel pede medidas recessivas ao resto da Zona do Euro.
Fonte: Monitor Mercantil