Eleições gerais na Espanha começam marcadas pela crise
Com a abertura das urnas, começaram neste domingo (20) as eleições gerais na Espanha, marcadas pela pior crise econômica em décadas. Nestas eleições, a direita emerge como favorita, depois de quase oito anos de governo social-democrata.
Publicado 20/11/2011 16:13
Repartidos em 8.116 municípios, os 23.092 colégios eleitorais e suas 59.859 mesas abriram suas portas às 9 horas (6 horas de Brasília). Para estas eleições, previstas inicialmente para março de 2012, foram convocados 35.776.615 eleitores, dentre os quais 1.479.314 são espanhóis residentes no estrangeiro.
As eleições deverão escolher 350 deputados e 208 senadores das Cortes Gerais (Parlamento espanhol) – é a décima primeira vez que realiza o pleito, na chamada "etapa democrática", inaugurada em 1977 – estas eleições, entretanto, chegam no momento de maior crise social deste país europeu.
Castigada por uma crise econômica que colocou quase cinco milhões de trabalhadores no desemprego, a Espanha também é acossada pelos mercados.
Nesse contexto, todas as pesquisas eleitorais apontam para o naufrágio eleitoral da situação, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), artífice no último ano e meio de impopulares medidas de ajuste para reduzir o déficit público.
Tais pesquisas, difundidas no domingo passado, último dia permitido por lei para sua publicação, concedem ao Partido Popular (PP), de direita, uma vantagem de 17 pontos sobre o PSOE, que apresenta Alfredo Pérez Rubalcaba como candidato à presidência.
O descalabro do PSOE explicaria a esmagadora vitória dos conservadores indicada por todas as pesquisas, inclusive com uma maioria absoluta no Congresso dos Deputados (Câmera alta).
Os resultados na Câmera baixa determinam que o agrupamento encabeçará o próximo governo.
Caso o prognóstico se confirme, o líder do PP, Mariano Rajoy, acumulará o maior poder institucional da democracia, pois após as eleições municipais do dia 22 de maio seu agrupamento administra 11 das 17 comunidades autônomas espanholas.
Com esse vento a favor, o candidato do PP à presidência do Governo nem sequer teve que fazer grandes promessas para convencer um eleitorado desencantado com o gerenciamento da crise pelos socialistas, fato ao qual muitos atribuem o giro à direita.
Em seu último ato antes do encerramento da campanha, na última sexta-feira, e com a crise da dívida soberana em seu pior momento, Rajoy pediu aos espanhóis um amplo respaldo a seu partido nas urnas como melhor mensagem para a Europa e para os mercados.
"Estou preparado para ser o presidente de todos os espanhóis", proclamou o líder do PP, que, na disputa por Moncloa (sede do poder central), já perdeu duas vezes (2004 e 2008) para José Luis Rodríguez Zapatero.
Pérez Rubalcaba, pediu votos do eleitorado progressista pela enésima vez, para frear o que qualificou como "plano oculto da direita para aplicar severos recortes na saúde, na educação e nos direitos sociais e trabalhistas".
Fonte: Prensa Latina