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Governo interino do Egito renuncia após morte de 22 pessoas

O governo interino do Egito apresentou nesta segunda-feira (21) sua renúncia ao Conselho Supremo das Forças Armadas, orgão efetivamente no poder desde a derrubada do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro deste ano. O anúncio foi feito pelo porta-voz Mohamed Hijazi, em declaração reproduzida pela agência de notícias do país Mena. O porta-voz afirmou que a renúncia resulta das “circunstâncias difíceis que o país enfrenta atualmente”.

Um comunicado divulgado pelo Conselho de Ministros indica que a renúncia foi apresentada ontem, sem especificar se foi aceita ou não pelo Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA). Hoje, o Conselho anunciou que recusou a demissão do governo, segundo noticiou a televisão pública egípcia ao citar fonte militar.

Mais cedo, o ministro da Cultura havia apresentado sua renúncia em protesto contra a forma como a Junta Militar vem reprimido os protestos na praça Tahrir, no Cairo. "Apresento minha demissão para protestar contra a maneira com que o governo tratou os últimos eventos na praça Tahrir", afirmou Emad Abu Ghazi ao entregar sua renúncia ao Conselho Supremo das Forças Armadas. Os protestos dos últimos três dias deixaram 22 mortos e mais de 18 mil feridos segundo fontes médicas.

Cerca de 3.000 manifestantes participam dos protestos na praça Tahrir, que começaram no sábado, e outra dezena em manifestações próximo ao prédio do ministério do Interior, também no Cairo. Os manifestantes exigem que a junta militar anuncie a data de transferência do poder para um governo civil. O governo do primeiro-ministro Essam Sharaf tem enfrentado frequentes críticas desde que assumiu o poder em março, voltadas à ineficiência e à subordinação aos militares.

Com agências