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Novos confrontos no Egito já deixaram 22 mortos

Choque entre manifestantes e policiais voltaram a acontecer nesta segunda-feira (21) nos arredores da praça Tahrir, no Cairo. Egípcios que protestam contra a permanência da junta militar no governo do país continuam acampados no local, símbolo dos protestos que derrubaram o regime de Hosni Mubarak, após 30 anos no poder, em fevereiro.

Polícia reprime manifestação no Egito / Foto: AP

De acordo com o Ministério da Saúde, os confrontos deixaram 22 mortos e pelo menos 1.830 feridos desde o fim de semana. Policiais e soldados usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha contra a multidão, que lançou pedras e bombas caseiras. As áreas mais conflituosas são as ruas próximas ao Ministério do Interior, onde acontecem os choques mais duros, segundo Al Sharbini.

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A uma semana das eleições parlamentares, os manifestantes acusam a junta militar responsável pela transição para a democracia de tentar manter seu poder no país após a eleição de um governo civil. Eles pedem a renúncia do marechal Hussein Tantawi, que lidera o governo militar, e a instituição de um conselho civil.

Uma declaração divulgada pelo gabinete do governo disse que as eleições, previstas para começar no dia 28 de novembro, vão ser realizadas e elogiou a "moderação" das forças do Ministério do Interior contra os manifestantes. Ao todo, o processo eleitoral vai levar três meses.

Nas últimas semanas, manifestantes, em sua maioria islamistas e jovens ativistas, vêm protestando contra um projeto de Constituição que, segundo eles, permitiria que os militares mantivessem muito poder. Segundo o projeto, os militares e seu orçamento não ficariam sujeitos a uma supervisão civil.

Isso irritou os manifestantes, que temem que as conquistas feitas durante o levante popular contra o regime de Mubarak sejam apagadas pela nova posição dos militares em um governo civil.

Os confrontos começaram no sábado, depois da realização de manifestações contra a junta militar no Cairo e outras cidades, como Alexandria, Suez e Aswan, na sexta-feira. Alguns jornais egípcios chamam os eventos de "a segunda revolução".

Na noite de domingo, a polícia fez uma tentativa violenta de retirar os milhares de manifestantes que ocupavam a praça Tahrir, mas eles retornaram à praça, gritando palavras de ordem, apenas uma hora após a ação da tropa de choque.

Testemunhas descreveram cenas de pânico quando centenas de soldados e policiais batiam na cabeça dos manifestantes tentando expulsá-los da praça. Alguns acusam as forças de segurança de atirar usando balas de verdade, alegação que é negada pela polícia.

Com agências