PMs do Rio cobravam até R$ 30 mil para liberar traficantes
Cinco pessoas foram presas durante a Operação Martelo de Ferro, realizada na manhã desta sexta (25) pela Polícia Federal, para combater o tráfico de drogas no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Dois eram policiais militares, uma era advogada e dois, traficantes da região. De acordo com a investigação, policiais militares cobravam até R$ 30 mil de propina para a liberação de traficantes presos.
Publicado 25/11/2011 14:56
As apurações contaram com escutas telefônicas, que descobriram que os policiais cobravam para não fazer operações na comunidade e não coibirem o tráfico de drogas. Havia inclusive uma tabela de cobrança para a liberação de presos, que ia de R$ 500 a R$ 30 mil, de acordo com a importância do tráfico, segundo o subcoordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Daniel Faria Braz.
Ao todo havia 22 PMs procurados. Dois foram presos nesta sexta-feira e 18 já estavam detidos – dois deles estavam envolvidos no assassinato da juíza Patrícia Acioli, morta em agosto. Há ainda 24 mandados de prisão contra traficantes. De acordo com a Polícia Federal, a advogada presa levava recados de líderes do tráfico presos para os traficantes da favela e negociava os valores para a liberação dos presos.
Todos os PMs envolvidos são do 7º BPM (São Gonçalo). Eles irão responder por formação de quadrilha e corrupção; os traficantes, por formação de quadrilha e tráfico de drogas. De acordo com o delegado da PF e coordenador da operação, Victor Poubel, a operação foi motivada pelo homicídio da juíza Patrícia Acioli. "A população local pode saber que foi uma atuação embrionária e que outras ali surgirão", afirmou Poubel.
Fonte: Terra