PT anuncia que vai pedir cassação de Bolsonaro
O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), anunciou que o partido vai enviar representação ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara para pedir a cassação do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). O pedido baseia-se nas declarações preconceituosas feitas pelo deputado no plenário da Câmara na quinta-feira (24), quando atacou a presidenta Dilma Rousseff por causa das políticas federais contra a homofobia.
Publicado 28/11/2011 11:41
“É um caso grave e merece a análise da Casa para a cassação do mandato. Ele é reincidente”, disse o líder.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, também repudiou a nova manifestação preconceituosa, discriminatória e homofóbica de Bolsonaro. Em nota, ele diz que Bolsonaro agiu “com total desrespeito à pessoa da presidenta Dilma Rousseff”.
“O PT reafirma com orgulho suas bandeiras históricas contra qualquer tipo de discriminação e preconceito. Esta deve ser uma luta permanente de toda a sociedade que se queira democrática, tolerante e que respeite as diferenças, como, aliás, é da tradição cultural brasileira”, diz ainda a nota.
O deputado Marcon (PT-RS) pediu para que a fala de Bolsonaro fosse retirada do site da Casa, o que aconteceu. “O deputado é reincidente na quebra de decoro parlamentar. Está passando da hora de a Câmara adotar providências, dando um basta a essas agressões que não condizem com o processo civilizatório, com o papel de um parlamentar e tampouco com a democracia”, disse Marcon.
O deputado Fernando Ferro (PT-PE) observou que a atitude de Bolsonaro no plenário, a fazer insinuações contra a presidenta Dilma Rousseff, constitui violação à conduta ética e parlamentar. Bolsonaro, conforme lembrou Ferro, já foi alvo de outras ações por suas manifestações de intolerância a pessoas, grupos sociais e instituições.
“Ele já passou dos limites, precisa ser punido pela Câmara”, disse Fernando Ferro. Ele afirmou que a Constituição assegura a livre manifestação de opinião, mas há limites. “Não se pode pregar a pena de morte, a intolerância religiosa e sexual, entre outros temas que contrariam as convenções assinadas pelo Brasil em favor da proteção e promoção dos direitos humanos”, disse o parlamentar.
Bolsonaro é mais conhecido por suas declarações polêmicas, de cunho homofóbico e antidemocrático, do que por uma relevante produção legislativa.
Fonte: Informes PT