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Estados Unidos organizam “dissidentes” sírios

A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, reúne-se nesta terça-feira (6) com sete dissidentes sírios em Genebra, Suíça. Hillary já havia se reunido com opositores sírios em agosto. É a demonstração cabal da ingerência do imperialismo estadunidense nos assuntos internos da nação árabe.

Tanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quanto a secretária Clinton já declararam que o presidente sírio, Bashar Assad, deve deixar o poder. O mesmo tem sido dito pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, que não esconde as pretensões imperialistas do seu país em relação ao Oriente Médio e ao mar Mediterrâneo.

A Liga Árabe já aprovou uma série de sanções à Síria, na tentativa de fazer com que o governo Al Assad ponha fim à violência e abra diálogo com os opositores.

A reunião da Sra. Clinton com os oposicionistas sírios que estão a organizar um suposto Conselho de Transição e a instrumentalizar grupos armados no país, ocorre um dia depois que o vice-chanceler da Síria, Faysal Mekdad, expressou a sua disposição para a assinar o protocolo baseado no acordo que o país pactuou com a Liga Árabe.

Trata-se de um documento no qual a chefia da Liga Árabe exigiu ao governo do presidente Bashar Assad que uma numerosa delegação de observadores visite o país.

Em depoimento à Prensa Latina, Mekdad detalhou que a Chancelaria enviou uma carta ao secretário-geral da Liga Árabe, Nabil el-Arabi, sugerindo que a assinatura tivesse lugar em Damasco, com a presença do comitê ministerial dessa organização.

O rascunho que será assinado – assinalou – deve ter como anexo os esclarecimentos que as autoridades sírias solicitaram a el-Arabi, bem como as posições e modificações propostas pelo governo argelino, em especial a rejeição à interferência estrangeira nos assuntos internos desta nação.

Com a assinatura do protocolo, Damasco então considerará nulas e inválidas todas as resoluções ditadas pelo Conselho da LA na ausência da Síria, incluída a suspensão do conjunto de membros e as sanções lembradas contra eles, frisou o vice-chanceler.

El-Arabi deverá também -agregou Mekdad- informar ao secretário geral da ONU por escrito sobre o acordo e os resultados positivos que se conseguiram, depois da assinatura do protocolo, e lhe solicitar distribuir o relatório entre os integrantes do Conselho de Segurança como um documento oficial.

Sob fortes pressões de vários de seus membros, notadamente do Catar, o atual presidente de turno, a Arábia Saudita e o restante dos chamados Estados do Golfo, a Liga Árabe cedeu às exigências dos imperialistas estadunidenses e europeus para isolar a Síria.

Depois de pactuar um primeiro acordo, que o governo do presidente Bashar al-Assad começou a implementar de imediato com a libertação de detentos, retirada do Exército das localidades onde operam os grupos armados terroristas, a Liga Árabe ignorou tais gestos e pressionou por suspender a Síria.

Agora Damasco volta a dar um passo construtivo, ao aceitar o protocolo para a visita, ainda que com a condição de que se respeite sua soberania e o princípio da não interferência nos assuntos internos. Cabe, então, à Liga Árabe responder.

Mekdad explicou que a Síria está sob um ataque tão intenso por causa de suas posições soberanas no conflito árabe-israelense, seu apoio ao direito dos palestinos a ter um estado independente com Jerusalém como sua capital e pela libertação dos territórios sírios e libaneses ocupados por Tel Aviv, bem como por suas relações com países progressistas que apoiam essas justas causas.

Comentou que os Estados Unidos propuseram a Damasco, no princípio da crise, que se a Síria abandonasse essas posições, então não teria dificuldades. Mas, "nosso povo está comprometido com as causas justas e não cederemos em nossos vínculos soberanos com os países progressistas", salientou o vice-chanceler.

Com agências