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Pela paz, sírios defendem Assad e condenam ingerência estrangeira

Cerca de cem mil de sírios de todo o país se uniram nesta quinta-feira (15) em uma Marcha pela Paz. O ato é realizado em protesto pela violência armada e terrorista, somada ainda às represálias estrangeiras, que completa um ano e assola todo o país.

O objetivo é manifestar seu apoio à unidade nacional e às reformas realizadas pelo governo do presidente Bashar Assad e condenar a intromissão estrangeira e a campanha anti-síria empreendida pela mídia.

De acordo com informações da imprensa síria, o ato foi convocado por organizações juvenis, estudantis, sociais e políticas, que tomaram as praças e ruas das principais cidades e povoados do país.

Bandeiras sírias, russas e chinesas, em demonstração de agradecimento pelo apoio de Moscou e Beijing nos fóruns internacionais, encheram de cores a Praça Omeya, onde os manifestantes cantaram canções patrióticas e gritavam palavras de apoio ao presidente Bashar Assad.

Em declaração à imprensa, Ahlam, uma jovem professora, disse sentir-se orgulhosa de ser síria. "O país já sofreu demasiado; por um lado, as sanções econômicas e as campanhas política e dos meios de comunicação e, por outro, a violência terrorista dos grupos armados afeta a todos".

Com um gorro e um lenço com as cores da bandeira síria, enquanto caminhava para a Praça Omeya, palco da concentração, a educadora salientou que embora tenham existido problemas com o governo, este começou a retificá-los e respondeu às aspirações da população ao lançar o projeto de reformas.

Durante sua entrevista, Ahlam censurou fortemente aqueles que querem, de forma oportunista, aproveitar-se da crise, e disse não reconhecer o chamado Conselho de Istambul.
"Esses nem sabem eles mesmos quem são", disse e repudiou o Catar e a Arábia Saudita: "porque sendo árabes nos atacaram, dado dinheiro e armas para desatar a violência e têm fomentado a sectarismo religioso".

"Vejamos, por que não transmitem esta manifestação pela Al-Jazeera e Al-Arabiya?", se queixou.

"Na Síria vivíamos em paz, em harmonia; ninguém se perguntava se era sunita ou xiita ou cristão ou alauita… por isso apoio este chamado à Marcha pela Paz e pela unidade nacional", afirmou a jovem professora antes de juntar-se à multidão.

Jalal, um jovem operário, condenou os atos de violência e terrorismo e as sabotagens realizadas pelos grupos "que têm afetado muito a economia e o país", e disse que teve um colega de trabalho morto em um dos atentados com carros-bomba no dia 28 de dezembro em Damasco.

"Por isso sinto tanta alegria, porque expulsaram esses grupos armadas de Homs e agora de Idleb; esses não são sírios verdadeiros, há muitos estrangeiros metidos nisso", denunciou. Ele questionou: "Por que têm que vir atacar nosso país? Por acaso lhes fizemos algo?"

Também houve marchas e concentrações nas praças Saba Bahrat em Deir Ezzor; Saadallah Al-Jaberi, em Aleppo; Al-Mohafazeh, em Lattakia; no Porto de Tartous; na praça do Presidente, em Hasaka; Al-Baladieh, em Misyaf; na Avenida Salhab de Daraa e nas comunidades de Al-Zahra, Al-Nuzha, Al-Hadara e Al-Sheirat em Homs.

Defesa da democracia

Em nota publicada nesta sexta-feira (16) o governo sírio autorizou a criação de mais dois partidos, os quais já poderão às próximas eleições legislativas programadas para o dia 7 de maio.

De acordo com a nota, as duas novas organizações são o Partido Nacional da Juventude Síria e o Partido Nacional da Juventude pela Justiça e o Desenvolvimento. Eles se somam a outros seis agrupamentos já aprovadas pelo Comitê de Assuntos Políticos que é dirigido pelo ministro do Interior Mohammad Al-Shaar.
A convocação das eleições multipartidárias para maio, pelo presidente Bashar Assad reafirma os preceitos pluralistas da nova Constituição, aprovada no final de fevereiro como parte do processo de reformas integrais que está em curso no país.

Com informações da Prensa Latina