Projeto resgata memória da resistência à Ditadura na Bahia

O projeto Memórias Reveladas das Lutas Políticas na Bahia, foi lançado na sexta-feira (16/12) pelo Centro de Memória da Bahia, da Fundação Pedro Calmon, órgão vinculado à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, como parte do esforço nacional de recuperação da memória da resistência à Ditadura Militar (1964-1985). O lançamento aconteceu no Palácio Rio Branco, no Centro Histórico de Salvador, e faz parte das ações do governo para assegurar o resgate de memória das lutas políticas na Bahia.

"Este é um projeto super importante, pois pretende resgatar a verdade sobre o período de resistência à ditadura militar no Brasil. É importante também, pois a história será contada como realmente aconteceu e depois todo o material coletado vai ser disponibilizado à população, para que ela se conscientize e lute para que este tipo de coisa jamais volte a acontecer”, ressaltou Ana Guedes, do Grupo Tortura Nunca Mais e da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça.

Ana acrescenta ainda que o material coletado também poderá subsidiar a Comissão da Verdade, a Comissão da Anistia e Nacional de Mortos e Desaparecidos. “Isso é fundamental, porque vai fortalecer o processo de Justiça de Transição que nós estamos experimentando no Brasil e que existe em todos os países do mundo que saíram de ditaduras. Essa é uma forma de fortalecer a democracia brasileira”, disse.

O projeto

De acordo com a diretora do Centro de Memória da Bahia, Jacira Primo, serão utilizadas diversas metodologias para a produção de materiais. “Vamos usar principalmente a história oral, para a produção de documentos orais, escritos e audiovisuais”.

Um banco de dados audiovisual, com o material coletado em entrevistas, ficará sob a guarda da Fundação Pedro Calmon. “A intenção também é estimular a realização de novos estudos sobre a história política da Bahia no período da Ditadura Militar brasileira, e contribuir com este que é um projeto nacional”, afirma Ubiratan Castro, diretor-geral da Fundação Pedro Calmon.

O processo de pesquisa será compartilhado com cidadãos diretamente e por intermédio dos meios eletrônicos, e também com os movimentos que lutam pela anistia, pelos direitos humanos e contra a tortura. As pesquisas vão abranger vários movimentos sociais que resistiram à ditadura, a exemplo do Movimento Estudantil, Operário, Camponês e de Bairros, Partidos Políticos clandestinos, Movimentos Políticos Legais e Parlamentares, Movimento das Igrejas (Católica e Protestante), Intelectuais Progressistas e outros.

Fonte: Secom Bahia com acréscimo de informações da redação local do Vermelho.