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Kassab reafirma aliança com o PSDB de Serra e Alckmin

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, em entrevista publicada nesta terça-feira (20) pelo jornal Folha de S. Paulo, deu declarações esclarecedoras sobre o seu perfil político e a aliança que pretende construir para assegurar o continuísmo na prefeitura da maior cidade do país.

Kassab não deixou dúvidas. Ele é Serra para prefeito e Serra para presidente: “Eu sempre dou prioridade para a candidatura [a prefeito] de José Serra”. Perguntado sobre uma eventual disputa entre Serra e Dilma para presidente da República, o alcaide paulistano foi explícito outra vez: “É muito difícil eu não ficar ao lado do ex-governador Serra”. Kassab também revelou que o candidato derrotado no último pleito presidencial tem “uma influência grande” na sua gestão à frente da cidade de São Paulo: “tem aqui uma equipe que deixou como legado, é uma pessoa presente na administração”.

O prefeito paulistano também fez questão de marcar a independência de seu partido na relação com o governo da presidente Dilma: [O PSD] “é um partido independente no plano federal e que até 2014 será independente. Portanto, não há a menor possibilidade de estarmos integrados ao governo da Dilma. Porque este é o nosso compromisso”. Sobre a possibilidade de seu partido aceitar um ministério, Kassab foi peremptório, adiantando que sua resposta será “não”, caso a presidente ofereça uma pasta ao PSD: “Eu não me sinto à vontade de apoiar o governo da presidente Dilma. Eu não a apoiei na eleição, apoiei o Serra”.

As dificuldades do campo conservador para lançar uma candidatura viável à Prefeitura de São Paulo na eleição municipal de 2012 são enormes. O PSD não tem nomes fortes e o PSDB, além de desgastado politicamente, está imerso numa disputa interna entre quatro pretendentes. O partido de Serra e do governador Geraldo Alckmin realizará prévias e até lá qualquer acordo esbarra nas pretensões dos quatro caciques tucanos que disputam a indicação.

Nesse quadro, o prefeito reafirmou seu empenho para construir a unidade do campo conservador: “Eu sempre dou prioridade para a candidatura de José Serra. Não há, da nossa parte, essa questão compulsória que seja um candidato do PSD. O que eu tenho dito é que é mais importante mais uma vez que seja escolhido o melhor candidato da aliança. E eu tenho dito sempre que a aliança tem dois bons candidatos hoje, que são o Serra e o Afif. (…) O Serra já tem dito com muito mais clareza que não será candidato. O Afif, em algumas conversas preliminares, tem manifestado a intenção de colaborar, caso a aliança entenda que possa ser ele o candidato, ele analisaria.”

Para o prefeito de São Paulo, eleger um candidato que dê continuidade à sua administração em nome da aliança PSD-PSDB é tão importante que, ao ser perguntado se em caso de aliança dos dois partidos em 2012 apoiaria prontamente a reeleição de Alckmin em 2014, ele não pestanejou: “É evidente. Se estamos numa aliança, se essa aliança é renovada em 2012, é evidente que a sequência natural é ela continuar em 2014. Se ele é o governador e é candidato à reeleição, teria o nosso apoio".

Da Redação, com Folha de S. Paulo