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EUA compra 20 aviões Super Tucano da Embraer 

A Força Aérea estadunidense vai comprar 20 aviões modelo A-29 Super Tucano fabricados pela Embraer. É o primeiro contrato da brasileira com a Defesa americana. O valor do negócio é de US$ 355 milhões – incluindo aeronaves e treinamento de mecânicos e pilotos responsáveis pela operação do avião. Com esse pedido, a Embraer chega aos 200 aviões modelo Super Tucano vendidos.

O modelo foi desenvolvido pela Força Aérea Brasileira (FAB), em 1995, e já foi exportado para vários países do mundo. Dos 200, 40 ainda serão entregues (o que inclui o pedido da Força Aérea americana). Atualmente, o mercado de defesa da Embraer representa 14% da receita da empresa, sem incluir o novo contrato.

"Esse é o primeiro contrato com a Força Aérea dos EUA. Esse é um item sensível no maior mercado de defesa do mundo. Muitos países vão olhar isso", disse o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar.

Aguiar falou que a expectativa é vender Outros 35 aviões, o que pode elevar o contrato para US$ 950 milhões. Como impõem as regras de compras governamentais nos Estados Unidos, a Embraer teve de se associar a uma empresa local, a Sierra Nevada Corporation. Além disso, a companhia terá uma unidade fabril em solo americano.

Os equipamentos serão montados numa fábrica na cidade de Jacksonville, na Flórida. A Embraer terá um prazo de 60 meses, a partir de janeiro de 2012, para entregar o primeiro lote. O primeiro avião será entregue em 2013.

Segundo o presidente da Embraer, a unidade de São José dos Campos, no Vale do Paraíba (SP), ainda será responsável por produzir grande parte do avião. A montagem final será feita nos EUA.
Atualmente, trabalham na área de defesa da Embraer 1.436 pessoas e a previsão é que o número seja ampliado para atender ao novo contrato.

Negociação

A Embraer enfrentou uma concorrente americana, a Hawker Beechcraft, empresa que se associou à fabricante do F-16, a Lockheed Martin -a mesma que disputa no Brasil para o fornecimento dos caças para a FAB (Força Aérea Brasileira).
O contrato, em negociação há um ano, gerou resistências por parte de congressistas do Kansas, Estado-sede da Hawker. Pedidos de investigação internacional para apurar eventual subsídio do Brasil à Embraer chegou a ser cogitado. A avaliação é que um contrato dessa magnitude (em momento de crise econômica) e um setor tão sensível não podem chegar às mãos de uma empresa estrangeira.

Fonte: Folha de S. Paulo