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Líbia: Novos confrontos armados em Trípoli

Confrontos armados explodiram nesta terça-feira (3) no centro de Trípoli, capital da Líbia, mais de dois meses depois da morte do ex-líder Muamar Kadafi.

Não se sabe ao certo o grau de violência, nem o motivo concreto pelo qual se deram os choques entre grupos rivais. Segundo a agência Associated Press, duas facções dos antigos rebeldes do país, que uniram forças para derrubar Kadafi, se confrontaram por horas, utilizando armamento pesado.

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Os militantes de Trípoli e um grupo separado de combatentes da cidade de Misrata lutaram com metralhadoras, lança-granadas e canhões anti-aéreos. À agência de notícias, um membro do conselho militar de Trípoli disse que a batalha teve início após a prisão de um combatente de Misrata no durante o Ano Novo pelos militantes de Trípoli, por suspeita de roubo.

Na mesma noite em que foi realizada a prisão, segundo fontes ouvidas pela AP, um grupo de Misrata tentou libertá-lo, mas não conseguiu. Em vez disso, eles também acabaram detidos. Um comandante de Misrata, então, ordenou a libertação de todos os presos, exceto do primeiro, acusado de roubo.

Nesta terça-feira (3), outro grupo de militantes de Misrata fez uma segunda tentativa em libertar o homem. Eles abriram fogo contra um prédio no coração de Trípoli, que é usado pelo conselho militar da capital, dando início ao confronto.

Segundo a AFP, que ouviu um integrante de uma milícia que controla a zona onde está situado um edifício que era utilizado pelos serviços de inteligência do antigo governo, um grupo armado da cidade de Misrata tentou assumir o complexo em um ataque surpresa.

De acordo com a mesma fonte, a milícia rival de Misrata iniciou o ataque. Diversas milícias armadas controlam suas áreas de influência nas principais cidades da Líbia, e cada grupo usa como base algum dos antigos edifícios utilizados durante o antigo governo.

Testemunhas informaram à AFP que os conflitos começaram quando o Ministério do Interior líbio tentou recuperar o controle do edifício onde funcionava o serviço de inteligência, motivando a reação armada da milícia que controla o complexo. Um dos porta-vozes do Ministério do Interior se absteve de fazer comentários, impossibilitando a confirmação dessa versão, disse a AFP.

Diversos grupos de ex-combatentes revolucionários têm se confrontado repetidamente desde o fim da guerra civil de oito meses que derrubou o governo de Kadafi. A dissolução desses grupos armados, que estão divididos pelas regiões que operam, sempre foram um desafio para as autoridades da Líbia.

Enquanto cumprem um papel vital de supervisionar a segurança de instituições importantes para o Estado da capital, a posse de armas descontrolada e a falta de uma administração central de segurança deu aos militantes liberdade para manter essas áreas sob seu controle.

Fonte: iG