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Ipea: Otimismo das famílias brasileiras é o maior em 11 meses

O nível de otimismo das famílias brasileiras com relação à situação socioeconômica do país voltou a acelerar em dezembro, após um ligeiro recuo no mês anterior, e encerrou o ano passado em 67,2 pontos, o maior nível em 11 meses para o indicador.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que calcula o Índice de Expectativa das Famílias (IEF), o valor registrado no último mês do ano passado é superior ao desempenho de 64,6 pontos verificado em dezembro de 2010 e igual ao melhor resultado registrado até então pela série histórica do índice, em janeiro de 2011.

Produzido e divulgado pelo Ipea desde agosto de 2010, o IEF mostra o grau de otimismo das famílias brasileiras em relação ao cenário socioeconômico do país para os próximos 12 meses e para os cinco anos seguintes.

Para a elaboração e cálculo do índice a pesquisa é realizada em 3.810 domicílios de cerca de 200 cidades, abrangendo todos os 27 estados do país.

O estudo aborda temas como a situação econômica nacional, condição financeira passada e futura dos entrevistados, decisões de consumo, endividamento e condições de quitação de dívidas e de contas atrasadas e mercado de trabalho com foco na segurança na ocupação e o sentimento futuro dos entrevistados quanto a melhora profissional.

Segundo o Ipea, em dezembro as regiões Centro-Oeste e Norte foram as principais responsáveis pelo crescimento da expectativa em diversos pontos.

Com relação ao comportamento socioeconômico, tanto no curto quanto no longo prazo, as famílias brasileiras se mostraram de maneira geral mais otimistas em dezembro do que em novembro. Tanto para o curto quanto para o longo prazo, a região Centro-Oeste deu um salto de 56% e 59% para 82%, respectivamente. A região Sul aumentou aproximadamente em quatro pontos percentuais o otimismo para os dois períodos, registrando em dezembro 59,6% e 62,7%, respectivamente.

Situação econômica
 

De acordo com o Ipea, os dados da pesquisa revelam que a situação econômica das famílias no país em 2011, quando comparadas com o ano anterior, apresentaram taxas de crescimento expressivas, entre os meses de novembro e dezembro, para as regiões Centro-Oeste (de 76% para 88%), Norte (de 71% para 80%) e Sul (de 63% para 72%). Quanto à situação familiar para os próximos 12 meses, todas as regiões apresentaram crescimento das expectativas positivas, assim como também por nível de escolaridade.

Os menos otimistas são os que não possuem escolaridade (57,7%), valor inferior ao computado no mês de novembro (59%). Os mais otimistas são os que possuem ensino superior incompleto (73%), bem acima do registrado no mês anterior (63,2%).

A expectativa por um bom momento para adquirir bens de consumo duráveis aumentou em dez pontos nas regiões Centro-Oeste (69%) e Sul (48%). Mas a região Norte apresenta um nível bem abaixo das demais regiões, com 31%, aponta o Ipea.

Dívidas

O valor médio da dívida mensal das famílias no mês de dezembro (R$ 4.679,13) foi o quinto maior registrado no ano passado, atrás apenas dos valores verificados nos meses de janeiro, fevereiro, abril e setembro de 2011.

A região Centro-Oeste mostrou um grande índice de famílias sem dívidas (90,9%) e nenhuma família afirmou estar muito endividada. Entre aqueles com contas atrasadas, na região Centro-Oeste, 37,5% consideram viável quitar todas as dívidas, enquanto que a mesma proporção se diz incapaz de quitar as pendências financeiras.

Mais famílias nas regiões Sudeste (67%) e Sul (56%) afirmaram não ter dívidas. Na região Norte, mais famílias afirmaram que estão muito endividadas (14%). Na mesma região, apenas 2% das famílias afirmaram ser possível pagar todas as dívidas. Aproximadamente 61% das famílias afirmam, segundo o estudo do Ipea, serem incapazes de quitar todas as contas atrasadas.

Mercado de trabalho

Quanto à segurança no mercado de trabalho, a região Norte apresenta expectativas positivas tanto para o responsável pelo domicílio (94%) quanto para os demais membros da família (96%). Mas as expectativas para melhorias profissionais nos próximos seis meses são as mais baixas entre as cinco regiões, com apenas 13% das famílias confiantes em possíveis melhorias.

A região Nordeste apresenta o nível mais baixo de segurança pelo responsável do domicílio (67%) e entre os demais membros do domicílio (51%). Mas diferentemente do resultado verificado no mês de novembro, a expectativa de segurança dos demais membros da família em suas ocupações em dezembro foi maior do que as expectativas negativas (46%), de acordo com os dados consolidados pelo Ipea.

Fonte: iG