"Congresso da UJS/RN refletirá nosso novo momento"

Em entrevista ao site  da UJS Potiguar, o Diretor de Organização da entidade, Ramon Alves, fala sobre o 9º Congresso Estadual da União da Juventude Socialista, analisando o cenário estadual, a juventude potiguar e as perspectivas para a realização do Congresso da entidade.

UJS – Ao final deste semestre, a UJS realizará seu 9º Congresso no Rio Grande do Norte. O que mudou na forma da organização fazer política desde o último Congresso até hoje?

Ramon – Neste ano, a UJS no Rio Grande do Norte completará 28 anos de atividades ininterruptas. De 1984 até 2012 muita coisa mudou no nosso Estado e a UJS acompanhou essas mudanças e foi parte delas. Podemos dizer que, hoje, somos uma organização com maior senso de prioridade, mais organizada e com melhor compreensão das demandas que se apresentam no novo momento político do Brasil e do RN. Desde o último Congresso, realizamos mais de 12 edições do nosso Trocando em Miúdos, debatendo temas importantes e estratégicos, desenvolvemos um programa de juventude para as candidaturas, em todos os níveis, adequado à realidade do nosso Estado e dos municípios, participamos com muito êxito das disputas eleitorais nas principais faculdades do RN, assim como nas duas principais entidades estudantis secundaristas locais, a UMES e a APES. Vivemos o auge da UJS no RN e isso é resultado de duas combinações: atitude e politização. Nossa militância, em todos os momentos, demonstrou ousadia, combatividade e capacidade para superar os obstáculos.

UJS – O que os filiados podem esperar do processo congressual da UJS?

Consideramos esse 9º Congresso Estadual como o principal período de criatividade da nossa política em diversos aspectos. Queremos combinar muito da experiência que adquirimos nesse último período com uma imensa disposição de fazer mais. Faremos do Congresso Estadual da UJS o de maior qualidade e diversidade da história da nossa entidade. Desde a formatação de uma concepção mais adequada para o acompanhamento de núcleos estratégicos até a nossa comunicação, a palavra de ordem é inovar, fazer o que ninguém fez e extrair o máximo de resultados qualitativos. O desafio é formar uma geração muito mais politizada e diversificada, lidando melhor com as temáticas de meio ambiente, gênero, cultura, dentre outros. Por exemplo, vamos lançar o ano da literatura nacional, disponibilizando cópias dos autores nacionais que traduziram a essência do povo em seus livros, como José Lins do Rêgo, Jorge Amado e Graciliano Ramos. As edições do nosso "Trocando em Miúdos" abordarão temáticas a partir da realidade do nosso povo, vamos nos debruçar sobre isso a partir de agora. Além disso, lançaremos o Portal da União da Juventude Socialista durante nosso 9º Congresso, um espaço completamente revitalizado para discussão de opiniões e interação com a juventude do Rio Grande do Norte. Faremos do nosso espaço na internet o maior portal de interação de uma organização juvenil do país. Além disso, finalizaremos o registro da nossa história para lançar uma revista comemorativa dos nossos 28 anos. Que tal desafiarmos o tempo e fazer o que ninguém fez? Quando dizemos que faremos a UJS dos milhões de filiados e organizados é porque acreditamos na nossa capacidade de realizar os nossos sonhos.

UJS – Para quem quer conhecer melhor, o que representa e quais são os objetivos da UJS?

A UJS representa os sonhos da juventude por um país melhor. Somos uma organização que nunca se acomodou e que sempre se mobilizou para transformar os nossos sonhos em realidade. Quando muitos ainda debatiam o acerto de construir ou não o Fora Collor, nossa organização já levava milhares às ruas do Brasil para protestar contra o projeto neoliberal que começava a se forjado no país. Ainda na Constituinte, enquanto poucos acreditavam na campanha que nós realizávamos pela aprovação do voto aos 16 anos, nossa ousadia foi capaz de tornar realidade essa proposta. Em 2005, quando a mídia durante meses atacou o governo Lula 24 horas por dia e a pauta da mídia era a favor do impeachment, nossa militância mobilizou uma das maiores passeatas daquela década, o "Fica Lula". Ou seja, nossa organização é reconhecida em todo o país por não se acovardar, por enfrentar os desafios, por maiores que eles sejam. Assim, recentemente, nós enfrentamos os ataques covardes contra o ex-Ministro Orlando Silva (ex-presidente nacional da UJS), que nunca foram provados porque os fatos narrados contra ele, sem comprovação material, vinham de um homem procurado pela polícia que se enriqueceu ilicitamente, um bandido.

Nossa luta é pelo socialismo com a cara e as cores do Brasil. Como diz nosso manifesto "o nosso socialismo será verde e amarelo, tocará viola, hip hop, dançará samba e rock. Fará carnaval e jogará futebol. Será construído a partir de nossa realidade e caminhos que nós descortinaremos". Isso significa que nosso socialismo não será resultado da cópia do modelo A ou B, mas que nós construiremos o nosso caminho e o nosso jeito de avançar para uma sociedade nova, para um novo Brasil que supere marcas tão vergonhosas, em um período de alta capacidade das forças produtivas no mundo, como são, por exemplo, a miséria, a falta de moradia e a educação excludente e de baixa qualidade. O programa "Mulheres Ricas", recentemente transmitido pela Band, testemunha a favor da nossa causa. Como aceitar um mundo em que pessoas passam fome e outras compram um avião como se comprassem um bala na esquina? É o show do desperdício e a prova de que alguns possuem tanto dinheiro que não têm com o que gastar. No julgamento da história, essa série é uma prova contra o capitalismo.

Nosso convite, portanto, é para toda a juventude que acredita neste novo Brasil de oportunidades que está surgindo, mas que acredita que é possível avançar mais nesse projeto, com novos empregos de alto valor agregado, mais vagas nas universidades, e que acredita, principalmente, que a consolidação desse projeto passa pela derrota definitiva daqueles que edificaram o Estado brasileiro à sua imagem e semelhança e que sempre que tiveram a oportunidade fincaram os dentes contra os avanços no Brasil. Além das oportunidades de emprego e renda, é premissa regulamentar a mídia, permitir que novos atores possam participar da distribuição de informação e superar, assim, um Brasil de dimensões continentais que ainda sofre do monopólio do conteúdo que chega à maioria do povo. Uma reforma política que valorize os partidos e que garanta novos instrumentos de participação popular é essencial para mudar a impressão negativa que uma parcela generosa da nossa juventude tem da política. O rumo é aproximar as pessoas para que elas possam acreditar na participação como instrumento poderoso para alcançar as transformações que beneficiem a maioria do nosso povo. Organizados, podemos dar os passos que são necessários para esse novo momento da história.

Fonte: UJS/RN