Golpe publicitário inventa privatização da Amazônia

Você recebeu um e-mail com este vídeo? Pois bem, você foi vítima de uma campanha de marketing viral. Se você enviou o vídeo para seus melhores amigos, melhor ainda para os marketeiros, pois entrou no jogo deles, não interessando se você é a favor ou contra o conteúdo do vídeo. Você ajudou a espalhar a mensagem virótica.

Mas não fique pensando que só você cai numa arapuca dessas. Até o senador tucano pelo estado do Amazonas, Arthur Virgílio, foi vítima da campanha e deu sua grande contribuição fazendo um discurso no Senado Federal contra a fictícia Arkhos Biotech, porque a suposta empresa queria comprar a sua Amazônia. Depois que ele viu que pagou o maior mico, claro, o senador se explicou no seu site e aproveitou para fazer seu marketing político.

Na campanha da Ambev, realizada em 2007, para promover o Guaraná Antartica, aquele que é feito com frutinhas da Amazônia, até uma passeata real em frente ao hotel onde Bush ficou hospedado em São Paulo, quando ele esteve no Brasil, foi utilizada para promover o produto.

No vídeo, preste atenção nas latinhas de Guaraná Antártica e nos cartazes da Arkhos Biotech, ligando a luta em defesa da Amazônia ao Guaraná Antártica, tudo em meio ao protesto dos movimentos sociais contra a visita de Bush.

O marketing viral faz muito uso de fatos verdadeiros (aparato de segurança da comitiva do presidente norte-americano e o protesto são reais) com outros falsos, fictícios, criados (os defensores da Amazônia vestidos de árvores são uma armação dos marketeiros da Ambev).

Tudo foi muito bem produzido para dar a impressão de que era real.

Veja também estes outros dois vídeos que completam um clima de indignação contra a Arkhos Biotech.

O primeiro mostra uma bem dramatizada conferência da fictícia Arkhos Biotech:

O segundo mostra uma denúncia do também fictício pesquisador Miro Bittencourt que trabalha para o Guaraná Antártica:

O Observatório da Imprensa fez seus comentários em Vídeo que Vende a Consciência Nacional, criticando o golpe publicitário criado pelos marketeiros da Ambev.

Mais recentemente, outro golpe publicitário, desta vez aplicado através do Pânico na TV, ficou famoso. Os diretores do programa da Rede TV foram enganados por uma marca de cerveja que contratou duas modelos que se passaram por tchecas encontradas "ao acaso" para participarem do reality show exibido pela emissora. O mico foi nacional e a cerveja, que até então era desconhecida, se tornou nacional.

De alguma maneira, todos já fomos contaminados, pelo menos uma vez, pelo marketing viral que é como uma gripe. Pegou, o remédio é relaxar e esperar passar, e tentar não passar adiante. E não adianta achar que está vacinado, pois a próxima é propagada por um outro vírus diferente do que você pegou.

Da próxima vez que for vítima de marketing viral, relaxe, você foi contaminado. Resigne-se de que pegou um vírus marketeiro e, se possível, poupe as pessoas de quem você mais gosta de pegá-lo também.

Se você achar que não tem importância espalhar mais um vírus inofensivo, avise: "Acho que é marketing viral, pegue por sua conta e risco. Mas quer um conselho? Não passe para frente a mensagem viral que te enviaram".

Da Redação, com informações do http://www.arkhosbiotech.net/