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Rio+20: ONU inicia debates propondo criação de metas sustentáveis

A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou na quarta-feira (10) o primeiro rascunho do documento que será o resultado principal da Rio+20, a conferência sobre desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, que será realizada no Rio de Janeiro, entre 20 e 22 de junho.

Batizado de "The Future We Want" ("O Futuro Que Queremos"), o documento de 19 páginas indica que deverão ser tratadas questões como oceanos, segurança alimentar, agricultura, energia e cidades sustentáveis, acesso à água, empregos verdes, trabalho decente, inclusão social e redução de risco de desastres são as áreas sugeridas para que os países tenham metas a serem cumpridas a partir de 2015.

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O material pretende ser um grande resumo de todas as sugestões que a ONU recebeu nos últimos meses do que deveria ser a Rio+20.

Foram 6.000 páginas de contribuições vindas de governos, de ONGs, de empresas. "O documento final da Rio+20 deverá trazer aquele monte de tópicos sobre desenvolvimento sustentável, que já foram discutidos e decididos em um monte de fóruns diferentes, a um lugar único" opina Aron Belinky, coordenador de processos internacionais do Instituto Vitae Civilis e participante do comitê facilitador da sociedade civil na conferência.

Pelo rascunho da pauta proposta para o encontro, a ONU deseja ainda negociar um acordo que permita a nomeação de um comissário global e de uma agência ambiental global. Deve ser discutido também o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, que pode ganhar a mesma importância da Organização Mundial da Saúde.

Há também a indicação financeira de como o mundo pode chegar ao cumprimento das metas propostas: que sejam cumpridos os compromissos de países ricos de destinar 0,7% de seu Produto Interno Bruto (PIB) para a cooperação internacional às nações em desenvolvimento, assim como 0,15% a 0,20% do PIB para programas de assistência aos países mais pobres.

A sugestão não é nova e resume decisões já tomadas em vários fóruns das Nações Unidas, mas que, nos últimos 20 anos, nem sempre decolaram. Ao contrário de encontros anteriores, como a Rio-92, que visavam acordos internacionais, desta vez a ênfase vai estar nas ações voluntárias que nações, poderes locais podem desencadear para a construção de uma economia verde. O texto não traz metas em nenhuma área. O prazo também é genérico e apenas menciona o "pós-2015".

Com informações do Valor Econômico e DiárioNet