Colegas e amigos prestam homenagens a José Caires Meira

Uma missa na noite desta sexta-feira (13/1), na Igreja de Nossa Senhora da Luz, na Pituba, em Salvador, marcou o 7º dia de falecimento do presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed) e dirigente do PCdoB na capital baiana, José Caires Meira, que morreu no último sábado, vítima de infarto do miocardio fulminante. Durante toda a semana amigos e companheiros de militância no Sindimed e no PCdoB prestaram homenagens ao médico, que era referência na luta por uma saúde pública de qualidade.

Participaram varias lideranças do movimento medico, entre elas estava o-presidente do Sindimed, que agora passa a assumir a gestão, Francisco Magalhães, que falou sobre o companheiro de muitas lutas e amigo há 30 anos. "Caires tinha uma postura de tentar agregar e ampliar cada vez mais força à luta em defesa da nossa categoria. Toda semana ele passava nas bases, que era como ele chamava os hospitais.", relembra Magalhães.

O presidente da Associação Baiana de Medicina (ABM), Antonio Carlos Vieira Lopes,também ressaltou a importância de Caires para o movimento médico, o descrevendo como um líder extraordinário: "Caires sabia fazer sindicalismo como ninguém. Combativo e sóbrio nas discussões, ele com certeza fará muita falta ".

O zelo à família e a paixão pela cultura também foram características do médico, lembradas pela vereadora Aladilce Souza (PCdoB). "Caires deixa um exemplo de luta e dedicação a causa socialista, além de nos mostrar a importância da família e da poesia para a vida de todo ser humano. Deixa uma lacuna que nunca será preenchida”.

Trajetória de lutas

Nascido no município de Dom Basílio, no Centro Sul baiano, José Caires Meira, passou a sua infância e adolescência em Livramento de Nossa Senhora do Brumado, cidade com a qual mantinha forte vínculo afetivo. Após terminar o estudo secundário, mudou-se para Salvador, onde trabalhou como fotógrafo na Secretaria de Comunicação do governo Roberto Santos. Neste período já despontava o seu lado militante ao atuar em defesa dos estudantes na residência estudantil do município de Livramento e nos cursos pré-vestibular.

Em 1979 passou no vestibular para medicina na Escola Baiana da Medicina. Durante o curso ingressou no PCdoB, quando este ainda era clandestino, passando a participar ativamente no movimento estudantil e na luta pelo fim da ditadura militar. Já como médico foi um dos fundadores da União da Juventude Socialista (UJS), onde se destacou como um de seus principais dirigentes.

No início dos anos 90, ingressou no Sindicato dos Médicos da Bahia, atuando como diretor, secretário geral e vice-presidente até tomar posse como presidente em 2007 e se reeleger em 2010. Durante a sua gestão, o Sindimed cresceu e atuou em várias frentes, como na luta pela realização e concretização do concurso para médicos do Estado. O seu legado mais importante, no entanto, é o exemplo de perseverança e luta pelo que acreditava e julgava correto.

De Salvador,
Eliane Costa com informações da Ascom do Sindimed Bahia.