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Reino Unido: uma inusitada confissão de espionagem contra a Rússia

Um dos auxiliares mais próximos do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, o chefe de seu gabinete, Jonathan Powell, contou num filme documentário da BBC sobre as atividades de espionagem de funcionários da missão britânica na Rússia.

A firmou que o aparelho de recepção e transmissão, encontrado em janeiro de 2006 em Moscou, imitando uma pedra, de fato pertencia a agentes do serviço secreto britânico e usava-se durante a operação de espionagem. Fomos apanhados pela mão, confessou Jonathan Powell. Agências de inteligência do Reino Unido ainda não fizeram quaisquer declarações.

Confissões de Jonathan Powell são muito surpreendentes, já que tal informação é geralmente carimbada como “Top Secret” e é guardada durante, pelo menos, 30 anos sem o direito de acesso de pessoa não autorizada. Com esse gesto, Powell colocou a inteligência britânica numa posição muito embaraçosa.

Curiosidades do mundo da espionagem

A “pedra de espionagem” tornou-se de domínio público em janeiro de 2006. Naquele caso a televisão russa transmitiu um filme sobre a operação do Serviço Federal de Segurança com vista a desmascarar uma rede de espionagem britânica. Trata-se dos quatro chamados “diplomatas britânicos”. Um deles, – secretário-arquivista da embaixada britânica Christopher Pirt, – instalou num dos jardins, nos arredores de Moscou, um dispositivo de recepção e transmissão camuflado de pedra. Quando o indivíduo, recrutado pelo serviço de inteligência britânico passava junto desta tal de “pedra” com um computador no bolso, o dispositivo baixava ou transmitia a informação recebida do agente. Mais tarde um agente do serviço de inteligência britânico, que se camuflava de diplomata, recebia esta informação ou deixava uma nova.

Estas maquetas são utilizadas por espiões do mundo inteiro, – explica o membro do Conselho da política externa e de defesa Aleksandr Mikhailov.

Semelhantes maquetas sempre foram utilizados na qualidade de esconderijos. Durante muitos anos da sua existência o serviço de espionagem não inventou nada de novo na esfera de transmissão física da informação. Durante décadas ou, inclusive, séculos semelhantes maquetas eram utilizadas para a troca de informações.

Quando o sistema engenhoso foi desmascarado, a Grã-Bretanha reagiu de uma forma bastante áspera acusando a Rússia da calúnia e de provocações. Além disso, o pessoal da “Mi – 6” ficou ofendido de que foi suspeito da utilização de “métodos tão antiquados”. É bem provável que os ingleses desconheçam o ditado russo “o melhor é inimigo do bom” e uma camuflagem de boa qualidade por enquanto não prejudicou nenhum agente. Aliás, ocorrem também fracassos, prossegue Aleksandr Mikhailov.

Na década de setenta na região de um dos aeroportos militares de Moscou foi encontrada uma outra maqueta, – um cepo, dentro do qual se encontrava um dispositivo de transmissão de alto conteúdo tecnológico. O dispositivo recolhia com ajuda de comunicação por rádio a informação e transmitia para um satélite dos EUA. Esta maqueta foi descoberta em resultado da pura casualidade: um indivíduo que gostava de colher cogumelos tentou sentar nela. O cepo desmoronou-se e dentro dele foi encontrado o dispositivo de transmissão. Agora este aparelho está no museu do Serviço Federal de Segurança e é chamado assim mesmo – o cepo radioeletrônico.

No mundo moderno, um agente desmascarado não é mais um mal-feitor mas uma celebridade. O escândalo de espionagem de 2010 quando no território dos EUA foram presos dez agentes do serviço de inteligência russo tornou famosa Anna Chapman, a quem os jornalistas chamaram “agente 90 – 60 – 90”. Ao voltar para a terra natal, esta beldade russa garantiu a si o trabalho e a popularidade. Ela é conselheira de investimentos do presidente do banco “Fondservisbank”, redatora-сhefe do periódico especializado Venture Business News e apresentadora de TV. Note-se que ela desperta interesse na qualidade de uma personagem da mídia não somente entre o publico russo, mas também ocidental. É possível que os agentes ingleses, que sofreram fracasso em Moscou, venham a ser estrelas da primeira grandeza na sua terra natal. Hoje na Inglaterra começou a exibição de um filme de quatro episódios da BBC, onde se fala, entre outras coisas, da sua missão.

Fonte: A Voz da Rússia