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Twitter vai censurar conteúdos em alguns países

O Twitter vai começar a restringir mensagens de usuários em determinados países, renovando questões sobre a forma pela qual a plataforma social pretende lidar com as questões de liberdade de expressão à medida que expande rapidamente seu alcance mundial.

A decisão, que ainda não foi aplicada, foi anunciada numa mensagem publicada no blog oficial da empresa. Os administradores do Twitter justificam-se dizendo que o que está em causa é respeitar os diferentes conceitos de liberdade de expressão dos vários países onde o Twitter está presente. O exemplo citado é o dos governos de França e da Alemanha que proíbem a publicação de conteúdos de feição nazista.

Até agora, o Twitter precisava remover uma mensagem de sua rede mundial, caso recebesse solicitação nesse sentido de um governo. Mas a empresa informou em seu blog na quinta-feira que agora pode bloquear seletivamente um texto para os usuários de um determinado país, mantendo-o visível para o resto do mundo.

"A partir de hoje, nos damos a capacidade de reter conteúdo reativamente para usuários de um país específico, mas mantê-lo disponível para o restante do mundo", informou o Twitter em seu blog, na quinta-feira.

Na mensagem, o Twitter sublinha que “se e quando nos for pedido para apagar um tweet num determinado país, vamos tentar fazer com que o utilizador saiba e iremos marcar o conteúdo que ficou apagado”

Mas a rede social não explicou detalhadamente como irá determinar exatamente quais as mensagens que ultrapassam o direito à liberdade de expressão em cada país. Por exemplo, essa censura aplicar-se-ia aos tweets que tanto contribuíram para a derrubada de governos na Primavera Árabe?

“No nosso esforço contínuo para que os nossos serviços estejam disponíveis em todas as partes, se recebermos um pedido válido e apropriado de uma entidade autorizada, pode ser necessário impedir o acesso de um certo conteúdo num país determinado de vez em quando”, indicou o Twitter.

O reconhecimento pelo Twitter de que censurará conteúdo representa uma postura diametralmente oposta àquela de um ano atrás, quando manifestantes na Tunísia, Egito e outros países árabes usaram a rede social para coordenar manifestações de massa e, com isso, deram destaque mundial ao potencial da ferramenta para ajudar na mobilização popular.

Em meio às revoluções que fervilhavam em janeiro do ano passado, o Twitter sinalizou que não censuraria conteúdo, com um post intitulado "que os tweets fluam".

"Não removemos tweets com base em seu conteúdo", afirmava a mensagem da empresa. "Nossa posição quanto à liberdade de expressão acarreta a responsabilidade de proteger o direito de nossos usuários a falar livremente e sua capacidade de contestar a revelação de informações pessoais sobre eles."

Com agências