EUA: Indignados ocupam casas desabitadas em função da crise

"Igual a milhões de pessoas neste país, nós também não temos um lar, por isso este 28 de janeiro será um Dia de Mudança, no qual trataremos de mudar isso e tomaremos um grande edifício vazio para converter em um centro social", convoca Ocupar Oakland em sua página digital.

"Una-se a nós na ocupação inicial. Haverá um festival durante todo o fim de semana para celebrar nosso novo lar, que incluirá eventos especiais, altofalantes, música e oficinas", destaca o comunicado.

"Ao fim de cada dia, celebraremos uma assembleia geral para definir os usos do edifício", completa o texto.

"Enquanto que o lugar da ação permanece incógnito, os ativistas advertiram à Polícia que se tentar detê-los, bloquearão o porto ou aeroporto da cidade por tempo indefinido", reportou o blog San Francisco Weekly.

Mais de quatro mil 500 manifestantes saíram às ruas no passado 3 de novembro e impediram o normal funcionamento do porto local, o terceiro mais importante na costa do Pacífico estadunidense.

Uma ação similar ocorreu no dia 12 de dezembro, quando os manifestantes antiWall Street bloquearam as entradas do importante porto e de outros também da costa ocidental como San Diego, Long Beach, Los Angeles, Seattle e Anchorage.

As atividades deste sábado (28)  começarão com um ato na praça Oscar Grant, ao qual seguirá uma marcha para o lugar de destino.

Cálculos conservadores estimam que nos Estados Unidos, uns 2,2 milhões de devedores perderam suas moradias por causa da crise hipotecária iniciada em 2007.

De 6 a 8 de dezembro último, OWS realizou nesta capital uma jornada de solidariedade com as famílias que perderam suas casas em consequência de dita crise.

Guiados pelo lema "Devolvam o Capitólio", as ações propuseram ocupar 99 escritórios de legisladores, a fim de manter a cifra como marca do grupo, o qual demanda ao presidente Barack Obama aprovar medidas favoráveis ao 99% da população afetada pela crise econômica.

Nessas jornadas, ativistas também marcharam pelo nova-iorquino bairro de Brooklyn, para exigir aos bancos que devolvam as "casas roubadas" a numerosas famílias.

Sob consignas como "Desapropriar os bancos, não à gente" e "Moradia acessível para o 99%", os pacifistas propuseram ocupar moradias vazias para entregá-las aos que ficaram na rua por não poder pagá-las.

OWS iniciou suas ações no passado dia 17 de setembro em Nova York para exigir à Casa Branca medidas favoráveis à classe trabalhadora, severamente afetada pela crise econômica e uma elevada taxa de desemprego, atualmente em 8,5%.

Desde então, o movimento social estendeu-se às principais cidades da nação para criticar o poder desmedido dos megabancos e as desigualdades geradas pelo sistema capitalista.

O número de detentos durante os mais de quatro meses de protestos ultrapassa os quatro mil, indica a página digital do movimento.

Fonte: Prensa Latina