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Renato Rabelo: O (claro) recado de Dilma em Cuba

Deu-se mal quem esperava uma postura pequena, mesquinha e subalterna. Jornalistas e acadêmicos de aluguel povoaram os canais de televisão e os jornais do oligopólio midiático. E a feitiço virou-se contra o feiticeiro. O recado da presidente Dilma Rousseff em Cuba não poderia ser mais claro no sentido de primeiro olharmos para o nosso próprio umbigo antes de jogar a primeira pedra.

Por Renato Rabelo, em seu blog

Mais prudente verificar que existe sim, em território cubano, sevícias contra os “direitos humanos” na base de Guantânamo. Em outras palavras, “direitos humanos” são um assunto e compromisso de todos os países e não armas a serem usadas ideologicamente. "Direitos humanos" pressupõem ampla independência e soberania nacional. Do contrário, não existe possibilidade de proteção e ampliação de direitos básicos, dentre eles o direito ao desenvolvimento.

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A diplomacia brasileira, com visão estratégica, seguiu passos concretos no sentido de ajudar o país-irmão a seguir adiante. A condenação ao bloqueio foi seguida pela assinatura de contratos: abertura de créditos de US$ 400 milhões para compra de alimentos; contratos estratégicos na área de biotecnologia e empenho de R$ 640 milhões no maior porto do Caribe. O porto de Mariel.

Além da postura de estadista e levar às últimas consequências a necessária presença brasileira na América Latina, outros pontos merecem destaque nesta visita de Dilma. A primeira, na consolidação de uma política externa independente e proativa, alavancada nos dois governos de Lula. O outro ponto, de caráter estratégico, está na efetivação de instrumentos cruciais de planejamento de nosso comércio externo via financiamento de importações e exportações com empréstimos de longo prazo a países de nosso entorno regional.

Parabéns ao Brasil. Parabéns à nossa independência. Independência esta cada vez mais a serviço de países irmãos. E Cuba é um caso especial neste sentido.