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Nova assembleia da PM na Bahia pode dar fim à greve

Está marcada para às 16h uma nova assembleia com integrantes da Associação de Oficiais da PM no Estado. A expectativa é que a greve termine. No entanto, uma assembleia no início da tarde desta quinta-feira (9), no Sindicato dos Bancários, no Centro, com cerca de 400 PMs, decidiu manter o movimento grevista.

Na assembleia, ficou definido que os PMs permanecerão parados até que o governo aceite pagar a Gratificação de Atividade Policial (GAP) de nível 4 em março e até que sejam revogados os 12 mandados de prisão emitidos pela juíza Janete Fadul contra os líderes do movimento.

Cinco deles foram cumpridos até o momento, entre eles um contra o presidente da Associação de Policiais e Bombeiros e de Seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), Marco Prisco, preso na manhã de hoje.

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O governo baiano afirma não ter condições para iniciar o pagamento da GAP 4 em março por causa da lei de responsabilidade fiscal, e acena com o começo dos depósitos para novembro.

A presidente da República, Dilma Rousseff, condenou, nesta quinta-feira, a forma como os policiais militares reivindicam melhores salários há dez dias. Dilma disse que não é correto instaurar o "pânico e o medo" na população".

"Nós não consideramos que seja correto instaurar o pânico, instaurar o medo, criar situações que não são aquelas compatíveis com a democracia. Numa democracia, sempre tem de se considerar legítimas as reivindicações. Mas há formas de reivindicar. Eu não considero que aumento de homicídio, queimar ônibus, entrar encapuzado em ônibus, seja uma forma de reivindicar", disse a presidente em Parnamirim (PE), onde foi visitar obras da Transnordestina.

A presidente afirmou ter ficado "estarrecida" ao ouvir áudios das conversas, atribuídas a policiais, onde eles articulam ações de vandalismo e tentativas de prejudicar o Carnaval em outros Estados. "Isso não é correto", disse a presidente, que também condenou uma eventual anistia aos policiais que cometeram crimes.

"Vai chegar um momento em que vão anistiar antes do processo grevista começar. Eu não concordo com isso. Por reivindicações, as pessoas não podem ser presas, nem condenadas. Agora, por atos ilícitos, por crimes contra a pessoa e a ordem pública, não podem ser anistiadas", afirmou.

Histórico

A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de terça-feira (31), quando os grevistas acamparam em frente à Assembleia Legislativa em Salvador e ocuparam o prédio. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência na capital e região metropolitana, dobrando o número de homicídios em comparação ao mesmo período do ano passado. A falta de policiamento causou o cancelamento de shows e eventos, a ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.

A paralisação busca reivindicar a criação de um plano de carreira para a categoria, além do pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.

O governo estadual solicitou o apoio do governo federal para reforçar a segurança. Cerca de 3 mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) suspenda o movimento.

Com informações do Terra